A atuação dos itinerários formativos do novo ensino médio gaúcho na Escola Tuiuti

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Affeldt, Geovana Rosa
Orientador(a): Búrigo, Elisabete Zardo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/279300
Resumo: O Novo Ensino Médio tem sido defendido por representantes do governo federal e estadual, bem como por dirigentes de fundações e instituições privadas parceiras da União e dos estados, como política educacional capaz de resolver os problemas que afastam os jovens da escola. A avaliação apresentada por esses atores é de que a escola não tem dado conta de preparar os estudantes para o ingresso no mercado de trabalho nem para a continuidade dos estudos e que o alto índice de evasão reflete, além dos fatores mencionados, a impossibilidade de escolha dos estudantes, do exercício de seu protagonismo juvenil. Esta pesquisa procurou estudar a atuação do Novo Ensino Médio em uma escola, ou seja, como ele acontece dentro do contexto escolar, de que maneira os atores locais o colocam em prática, considerando que cada espaço escolar é único na acolhida, interpretação e atuação das políticas educacionais. Mais do que analisar as normativas trazidas pelo Novo Ensino Médio Gaúcho, pretendeu-se produzir dados por meio de documentos e correspondências recebidos pela escola e que traziam as normativas para o funcionamento da escola, dentre elas as do Novo Ensino Médio, registros de reuniões, conselhos de classe e outros eventos em diário de campo, coletados na vida cotidiana da Escola Estadual de Ensino Médio Tuiuti, uma instituição pública estadual da Região Metropolitana de Porto Alegre marcada pela gestão democrática e a luta por educação pública de qualidade. A pesquisa qualitativa buscou identificar e registrar elementos que compõem o cotidiano escolar e como as normativas trazidas pelo Novo Ensino Médio foram sendo recebidas, interpretadas e atuadas dentro da escola. Para esta pesquisa, são utilizados como referenciais teóricos principais Stephen Ball, Meg Maguire e Annete Braun, que discutem a atuação das políticas educacionais nas escolas, e as autoras Justa Ezpeleta e Elsie Rockwell, que refletem sobre a peculiaridade de cada escola, considerando sua trajetória, as práticas e valores partilhados pela comunidade, que compõem o cotidiano escolar. O acompanhamento da atuação da política durante o primeiro ano de vigência do Novo Ensino Médio Gaúcho na Escola Tuiuti, em 2022, já evidenciava que problemas como falta de estrutura das escolas e de professores foram desconsiderados pela política; e que, se foi amplamente defendida e publicizada a ideia de que os estudantes poderiam escolher seus itinerários, sendo protagonistas de seus futuros e que na prática, a escolha foi induzida. No segundo ano da pesquisa, 2023, também docentes da escola Tuiuti, por meio das entrevistas e acompanhamento da rotina escolar, foram revelando os efeitos do Novo Ensino Médio, com a diminuição da formação geral básica, a ampliação de carga horária nos Itinerários Formativos, e todos os seus desdobramentos para a efetivação da política educacional em questão. Ainda foi possível perceber uma organização peculiar da Escola Tuiuti para que a atuação do Novo Ensino Médio fosse construída com o norte de manter o mínimo de qualidade, segundo o ponto de vista dos professores, fazendo adequações e optando por caminhos menos danosos e decididos coletivamente.