Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Alves, Luana Severo |
Orientador(a): |
Maltz, Marisa |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/143352
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Resumo: |
Objetivos: O objetivo desta tese foi estudar a população de escolares de 12 anos de Porto Alegre, RS, em relação: (1) à prevalência e extensão de cárie dentária; (2) ao impacto do uso de diferentes critérios de diagnóstico sobre a prevalência e extensão de cárie e a identificação de fatores sócio-demográficos a ela associados; (3) à prevalência e indicadores de risco de perda dentária; (4) à associação entre cárie dentária e obesidade; e (5) à associação entre cárie dentária e qualidade de vida relacionada à saúde bucal. Metodologia: Um estudo transversal de base populacional foi conduzido entre Setembro de 2009 e Dezembro de 2010. Uma estratégia de amostragem probabilística em múltiplos estágios foi utilizada para selecionar uma amostra representativa. 1.837 escolares foram selecionados a partir de 9 escolas particulares e 33 escolas públicas. Um questionário contendo perguntas sobre características socioeconômicas, escolaridade dos pais, condição de moradia, acesso a serviços odontológicos e hábitos de higiene oral foi enviado aos pais ou responsáveis dos escolares selecionados. O “Child Perceptions Questionnaire” (CPQ11-14) foi aplicado aos próprios escolares. O peso e a altura dos escolares foram registrados. O exame clínico foi conduzido a fim de registrar o Índice de Sangramento Gengival e o Índice de Cárie Dentária. Três diferentes critérios de diagnóstico de cárie foram definidos: OMS (apenas lesões cavitadas), OMS modificado (cavidades e lesões não cavitadas brancas) e ICDAS (cavidades e lesões não cavitadas, brancas e pigmentadas). Para avaliar a associação entre tratamento da cárie dentária e qualidade de vida, os escolares foram classificados em: sem necessidade de tratamento; com cárie tratada; e com cárie não tratada. Para avaliar a associação entre a distribuição intraoral da cárie e qualidade de vida, os indivíduos foram classificados em: livres de cárie; cárie apenas em dentes posteriores; e cárie em pelo menos um dente anterior. Regressão de Poisson foi utilizada para avaliar a associação entre os desfechos cárie dentária/perda dentária e as variáveis preditoras estudadas. Nas análises dos dados de qualidade vida, modelos de Regressão Binomial Negativa foram utilizados. Resultados: 1.528 escolares participaram do estudo (taxa de resposta de 83,17%). Quanto mais sensível o critério de diagnóstico utilizado, maiores foram as estimativas encontradas. As prevalências de cárie observadas foram de 55,23% (OMS), 63,33% (OMS modificado) e 79,82% (ICDAS). Com relação à extensão de doença, o índice CPO-D de 1,39 (OMS) aumentou para 1,95 (OMS modificado) e para 3,78 (ICDAS). O impacto da inclusão das lesões não cavitadas foi maior entre os escolares de nível socioeconômico mais elevado. Todas as características socioeconômicas avaliadas foram significativamente associadas com a prevalência e extensão de cárie independentemente do critério de diagnóstico utilizado. Apesar da manutenção da significância estatística, a magnitude das associações diminuiu à medida que o critério de diagnóstico se tornou mais sensível, principalmente quando as lesões não cavitadas pigmentadas foram incluídas. 5,81% dos escolares examinados apresentou pelo menos um dente permanente perdido por cárie. Na análise ajustada, nível socioeconômico, ano escolar, tipo de serviço odontológico, frequência de escovação e sangramento gengival se mantiveram significativamente associados à perda dentária. Independentemente do desfecho utilizado (prevalência ou extensão), não foi observada associação significativa entre cárie dentária e obesidade. Foi observado que os escolares com cárie não tratada apresentaram uma pior qualidade de vida quando comparados aos escolares sem necessidade de tratamento, com associação negativa nos domínios sintomas orais e bem estar emocional. Por outro lado, os escolares com cárie tratada apresentaram uma melhor qualidade de vida do que os escolares sem necessidade de tratamento (associação positiva observada no CPQ11-14 total e nos domínios limitações funcionais e bem estar emocional). Com relação à distribuição intraoral da cárie, observou-se que os escolares com experiência de cárie em dentes anteriores apresentaram uma pior qualidade de vida do que os escolares livres de cárie (domínios sintomais orais e bem estar social). Conclusões: (1) A experiência de cárie da população estudada pode ser considerada baixa; (2) a inclusão de lesões não cavitadas causou um importante impacto nas estimativas de prevalência e extensão de cárie; (3) a magnitude das associações entre indicadores de risco sócio-demográficos e cárie dentária foi severamente reduzida quando lesões pigmentadas foram contabilizadas; (4) a prevalência de perda dentária foi considerada alta, tendo em vista a idade da população estudada e sua baixa experiência de cárie; (5) indicadores socioeconômicos e comportamentais foram significativamente associados à perda dentária; (6) escolares com sobrepeso ou obesos não apresentaram maior probabilidade de possuir cárie; e (7) a presença de cárie tratada esteve positivamente associada à qualidade de vida ao passo que a presença de cárie não tratada ou cárie em dentes anteriores esteve negativamente associada à qualidade de vida relacionada à saúde bucal dos indivíduos avaliados. |