O ciclo de megaeventos esportivos no Brasil : soft power, soft disempowerment e a política externa em perspectiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Canali, Enrico Streliaev
Orientador(a): Filippi, Eduardo Ernesto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/271750
Resumo: Este trabalho busca realizar uma análise em perspectiva histórica da realização dos megaeventos esportivos no Brasil no período entre 2007 e 2016 e sua relação com a política externa do país. Através da lente teórica da interdependência complexa, de Nye e Keohane, e buscando apoio nos conceitos de soft power e soft disempowerment, inicialmente são contextualizadas as raízes históricas das interconexões entre os domínios do esporte e das relações internacionais, para então direcionar o foco sobre o caso brasileiro. É reconstruída a trajetória histórica pela busca da realização dos megaeventos esportivos no país, até a efetivação das candidaturas, contemplando os Jogos Pan-Americanos de 2007, os Jogos Mundiais Militares de 2011, a Copa das Confederações de 2013, Copa do Mundo FIFA de 2014 e Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. A sequência de megaeventos é situada dentro da política externa dos governos do Partido dos Trabalhadores, bem como as posteriores repercussões nos governos Temer e Bolsonaro. Condicionantes externos, como a Primavera Árabe e os movimentos Occupy, são concatenados com condicionantes e resultantes internos, como as Jornadas de Junho de 2013 – deflagrados pela preparação para os megaeventos. O trabalho conclui que a sequência de megaeventos esportivos, concebida como ferramenta de projeção internacional do país e de consolidação do projeto político do governo de esquerda, acabou por se tornou uma vulnerabilidade, no contexto do crescimento da extrema-direita mundial e da ascensão ao poder no Brasil de um governo de caráter militarizado – para o que contribuiu a performance de atletas militares.