O brilho de mil sóis : história, memória e esquecimento sobre a bomba atômica nos Estados Unidos e no Japão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Marcello Neto, Mario
Orientador(a): Avila, Arthur Lima de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/219775
Resumo: Esta tese apresenta uma discussão sobre os usos do passado sobre a bomba atômica nos EUA e no Japão. Minha hipótese inicial é que a experiência do/com tempo nunca mais foi a mesma após jogarem as bombas atômicas sob o Japão em 1945. Proponho uma investigação sobre como a bomba atômica foi utilizada, manipulada, contestada e até mesmo comemorada para fins políticos e ideológicos em diferentes contextos. A partir de três conceitos geradores sobre o uso do passado, consagrados por Paul Ricoeur (2007) – memória, história e esquecimento – analiso como os discursos sobre a bomba atômica são utilizados, manipulados e conformados nestes três modos de lidar com o passado nos EUA e no Japão em diferentes contextos distintas motivações. Busco compreender como de maneira direta e indireta o evento "bomba atômica" foi usado como uma justificativa para ações variadas, como políticas de memória que reforçam outros esquecimentos e até mesmo estimulam e modelam sociedades a partir da mídia utilizando um discurso do medo de uma ameaça distópica, mas possível. Portanto, analiso uma série de elementos que envolvem a bomba atômica. Desde produções culturais (cinema, desenhos animados, literatura e games), políticas memoriais e a historiografia sobre a bomba atômica e suas permanências, focando no país alvo e perdedor da guerra (o Japão) e o algoz e vencedor da guerra (os EUA). Meu principal argumento constrói-se a partir da ideia que a mudança de discurso e a forma como a bomba atômica aparece na centralidade dos argumentos sobre esse período do passado se deve a motivações políticas, éticas, e até etnocêntricas (dentro da binariedade de civilização/barbárie ou Ocidente/Oriente), mas que em nenhum dos casos mantém uma linearidade. O ponto de tensão deste argumento está no fato de que os diversos usos dados a bomba atômica fazem da factualidade deste evento um mero detalhe, tornando o mesmo uma grande possibilidade de reflexão sobre o arcabouço teórico e prático de como o passado poder ser usado, manifestado e representado em diferentes contextos.