Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Santos, Mariana Timmers dos |
Orientador(a): |
Lima, Maria Alice Dias da Silva |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/257711
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Resumo: |
Introdução: A continuidade do cuidado é fundamental para a qualificação da assistência, estando associada à melhor satisfação dos usuários, redução de custos e readmissões hospitalares. É ainda mais relevante para pessoas idosas, conforme envelhecem e desenvolvem problemas crônicos de saúde. Sua compreensão, porém, é complexa, pelo seu caráter multidimensional e por ser um aspecto vivenciado pelo usuário. São necessários estudos que explorem esse fenômeno a partir das experiências dos usuários, para o fortalecimento da continuidade da assistência no âmbito do sistema de saúde brasileiro. As questões norteadoras do estudo foram: como se dá a continuidade do cuidado a usuários idosos com doenças crônicas na rede de atenção à saúde (RAS)? Como tem sido percebida a continuidade do cuidado pelas pessoas idosas com doenças crônicas? Objetivo geral: analisar a continuidade do cuidado de usuários idosos com doença crônica não-transmissível (DCNT) atendidos em serviços da RAS. Método: estudo exploratório de natureza qualitativa orientado pela técnica analítica da Grounded Theory, na perspectiva construtivista. A coleta de dados ocorreu de janeiro a dezembro de 2021, em dois distritos sanitários do município de Porto Alegre/RS. A amostra foi intencional e totalizou 34 participantes. Os participantes foram 18 usuários com 60 anos ou mais, com ao menos um diagnóstico de DCNT, atendidos em mais de um serviço da RAS, excluindo aqueles com alguma incapacidade de comunicação e com diagnóstico confirmado há menos de um ano. Também participaram 11 profissionais de saúde e 5 gestores de quatro unidades de Atenção Primária à Saúde (APS) e serviço de atenção especializada, com no mínimo seis meses de atuação. Os dados foram coletados por meio de análise de prontuários e entrevistas semiestruturadas com os usuários e grupos focais com profissionais de saúde e gestores. Os dados foram analisados com o software Nvivo®, seguindo as etapas de codificação inicial e focalizada e apoiados nos conceitos de integração de sistemas e serviços de saúde, RAS, continuidade e coordenação do cuidado. Observaram-se as diretrizes e normas regulamentadoras para pesquisa em seres humanos e obteve-se apreciação ética por CAEE n° 36795320.8.0000.5347 e 36795320.8.3001.5338. Os participantes autorizaram a participação por meio da assinatura de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Resultados: emergiram sete categorias sustentadas por 24 subcategorias, integradas pela categoria central “Experienciando a continuidade do cuidado na RAS”. Os achados demonstraram que a experiência de continuidade na perspectiva de idosos com DCNT é formada por: facilidade de acesso aos serviços da RAS; acesso a exames e tratamentos medicamentosos em tempo oportuno; interações empáticas e acolhedoras com os profissionais, vínculo e relações terapêuticas; compreensão da doença e gerenciamento de cuidados que a envolvem, e troca de informações entre os profissionais e serviços acessados. A percepção desses elementos é influenciada por abordagens de cuidado, colaboração e trabalho interprofissional, e organização dos serviços. Evidenciaram-se dificuldades no cotidiano que refletem fragmentação da assistência. Assim, a experiência de continuidade se dá conforme os usuários vão “Conectando os fragmentos do seu cuidado”, percorrendo os pontos da RAS no alcance das suas necessidades e reconhecendo-se como protagonistas do seu cuidado. Identificou-se potencialidades para a continuidade e implicações práticas à assistência, propondo ações e estratégias que podem ser implementadas pelas equipes e serviços. Considerações finais: os resultados apontam aspectos priorizados pelos idosos na experiência de um cuidado conectado e de acordo com as suas necessidades, no contexto brasileiro. Sugere-se ampliar as discussões no tema junto a espaços de formação e ensino para adesão de conceitos às práticas em saúde. As ações propostas pelos profissionais contribuem para o protagonismo da enfermagem no cuidado centrado aos usuários com DCNT, sobretudo idosos, e podem servir de referência a outros profissionais de saúde. Esses achados fornecem subsídios para uma melhor articulação da RAS e para a qualificação da APS enquanto coordenadora do cuidado. |