Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Dietrich, Fabrícia |
Orientador(a): |
Battastini, Ana Maria Oliveira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/238687
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Resumo: |
A bexiga é um órgão constantemente exposto a compostos tóxicos provenientes do metabolismo, cuja exposição crônica pode levar a diversas patologias quando não tratada adequadamente. A cistite hemorrágica é uma condição inflamatória generalizada da bexiga caracterizada por eventos inflamatórios intensos e normalmente associada ao uso de fármacos antineoplásicos como a ciclofosfamida. Para a prevenção da ocorrência da cistite hemorrágica o fármaco 2-mercaptoetanosulfonato de sódio (Mesna) tem sido utilizado, apesar deste composto não ser eficiente em lesões já estabelecidas. Em relação ao câncer de bexiga, este é caracterizado como sendo a segunda neoplasia mais comum do trato genitourinário e o sétimo câncer mais prevalente entre homens no mundo. O tratamento varia conforme a natureza invasiva do tumor, sendo que para a prevenção da recorrência deste câncer, quimioterapia ou imunoterapia adjuvante têm sido utilizadas. Contudo, a administração intravesical de BCG é o tratamento mais efetivo do câncer de bexiga superficial, porém apresenta inúmeros efeitos colaterais, onde aproximadamente um terço dos pacientes progridem para um estágio superior. Tanto a cistite hemorrágica quanto o câncer de bexiga permanecem como desafios terapêuticos, uma vez que a eficácia dos tratamentos muitas vezes, é insuficiente. Na busca de novos tratamentos, pesquisas tentam encontrar compostos a partir de plantas medicinais com baixa toxicidade. Neste contexto, a Uncaria tomentosa merece destaque, uma vez que cascas e raízes da espécie são amplamente empregadas na medicina popular para inúmeras enfermidades, como doenças do trato urinário e câncer. Considerando estes dados, o objetivo deste estudo foi investigar o efeito do extrato bruto hidroetanólico e das frações purificadas de alcalóides oxindólidos e de glicosídeos do ácido quinóvico da planta Uncaria tomentosa sobre a proliferação de células tumorais de bexiga e sobre um modelo de cistite hemorrágica em camundongos. Demonstramos no Capítulo 1 que a fração purificada de glicosídeos do ácido quinóvico foi capaz de inibir o crescimento e a viabilidade celular das linhagens de câncer de bexiga humano T24 e RT4. Na linhagem T24, esta fração induziu significativamente a apoptose pela inibição da ciclooxigenase 2, sem causar parada no ciclo celular. Embora mais investigações sejam necessárias, hipotetizamos que esta inibição possa estar ocorrendo via inibição do fator de transcrição NF-κB. No Capítulo 2, demonstramos que esta mesma fração purificada foi capaz de promover uma redução significativa no edema e no peso das bexigas dos animais previamente tratados com este composto, demonstrando atividade equivalente à Mesna. Assim como para os experimentos in vitro, nos experimentos in vivo, supomos que a reversão dos danos induzidos pela ciclofosfamida, provavelmente esteja associada à capacidade desta fração em inibir a ativação do fator de transcrição NF-κB, o qual poderia estar agindo de modo a prevenir os efeitos colaterais provocados pela ciclofosfamida. A partir dos resultados obtidos, fica evidente que esta investigação demonstra promissoras propriedades antitumoral e anti-inflamatória para a fração purificada de glicosídeos do ácido quinóvico podendo, no futuro, se tornar um agente terapêutico potencial no tratamento destas patologias da bexiga. |