Análise quimiotaxonômica de Solanaceae Juss. com base em alcaloides derivados da ornitina e vitanolídeos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Pigatto, Aline Grohe Schirmer
Orientador(a): Soares, Geraldo Luiz Gonçalves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/196528
Resumo: O status atual do conhecimento taxonômico e fitoquímico de Solanaceae torna essa importante família de eudicotiledôneas um ótimo modelo para estudos quimiotaxonômicos, os quais se constituem em uma valiosa ferramenta para a compreensão da diversidade biológica, além de favorecer o esclarecimento de dúvidas existentes no arranjo taxonômico dessa família em diferentes níveis hierárquicos. Desse modo, o presente trabalho avaliou as polarizações quimioevolutivas em Solanaceae, por meio da análise do padrão de ocorrência dos seus marcadores no emprego da abordagem metodológica da quimiossistemática micromolecular. Para isso, um banco de dados foi elaborado a partir de um amplo levantamento de ocorrências de micromoléculas, de modo especial alcaloides derivados da ornitina e vitanolídeos, em espécies de Solanaceae. Em relação à caracterização quimiotaxonômica das subfamílias de Solanaceae com base na ocorrência de alcaloides derivados da ornitina observou-se que o maior número de ocorrências foi registrado para os alcaloides tropânicos (NO = 927), seguido pelos nicotinóides (NO = 353), pirrolidinas simples (NO = 133), e, finalmente, calisteginas (NO = 100). O maior número de ocorrências dessas substâncias foi registrado em Solanoideae e Nicotianoideae, que juntas somaram 95% das ocorrências dos quatro grupos de alcaloides estudados. Em Petunioideae foi observada a presença de alcaloides tropânicos, pirrolidinas simples e calisteginas, em Schizanthoideae foram registradas ocorrências de pirrolidinas simples e alcaloides tropânicos e, em Cestroideae, somente a ocorrência de nicotinóides foi observada. A análise de similaridade baseada nos alcaloides derivados da ornitina sugere que o perfil químico das subfamílias está, de modo geral, correlacionado com a atual classificação de Solanaceae. O dendrograma de similaridade evidenciou a proximidade de Solanoideae e Nicotianoideae e dessas com Petunioideae. Schizanthoideae mostrou-se pouco similar às subfamílias citadas acima, e Cestroideae, mostrou-se dissimilar às demais. A análise realizada com o conjunto de informações de alcaloides tropânicos e calisteginas, separadamente, evidenciou que as calisteginas foram mais relevantes do que os alcaloides tropânicos para a caracterização de grupos distintos de gêneros de Solanaceae. Isto corrobora a tendência de uma dicotomia química observada pela análise qualitativa do banco de dados e, de certa forma, confirma a correlação entre a distribuição geográfica e ocorrência de metabólitos secundários, uma vez que a presença exclusiva de calisteginas foi relatada apenas em gêneros que têm a América do Sul como centro de diversidade. E, finalmente, a análise do banco de dados com a ocorrência de vitanolídeos na subfamília Solanoideae, elaborado para caracterizar o perfil químico e verificar a semelhança química entre suas tribos/gêneros, revelou a importância deste grupo de substâncias como marcadores quiomiotaxonômicos, especialmente, para Physaleae, Deprea e Jaborosa ratificando a importância da quimiotaxonomia como uma ferramenta para elucidar problemas taxonômicos, por exemplo, as relações incertas de alguns gêneros que ainda não estão incluídos em tribos na subfamília.