Língua inglesa e periferia : o descompasso no discurso dos jovens

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Santos, Juliana Silva dos
Orientador(a): Albuquerque, Paulo Peixoto de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/102333
Resumo: Esta dissertação buscou verificar como a incidência da língua inglesa nos discursos dos jovens em espaços não formais de educação possibilita a valorização individual (distinção) e que efeitos de sentido são produzidos na língua inglesa e na língua portuguesa. Para tanto, foram feitas observações participativas e aplicada uma entrevista semiestruturada com vinte e três jovens entre 13 a 25 anos, oriundos das regiões leste e nordeste de São Leopoldo/ RS, assistidos pela organização não governamental PROAME. A partir das observações participativas gravadas em áudio, foram retiradas sequências discursivas que foram analisadas a partir da Análise de Discurso francesa e sob o referencial teórico da sociologia e da educação a partir de conceitos Bourdiesianos(distinção-habitus) e Freirianos(valorização-dignidade). Como resultados, constatamos: a) muitos jovens utilizam a LI para nomear, identificar produtos ofertados pelo mercado do consumo, nos espaços frequentados pelos seus pares; b) a reprodução do discurso pedagógico legitimado pela escola, o qual percebe a língua inglesa como necessidade básica para obtenção de um emprego; c) reprodução do discurso de mídia e de consumo, ressaltando que a LI enquanto a língua do belo e do glamour coloca-os em posição de valorização individual; d) jovens apontam, lamentam e colocam a necessidade de terem aprendido mais a língua adicional no tempo em que frequentaram a escola; e) jovens deslocam sentidos tirando substantivos comuns para nomear objetos, nomeando-os com substantivos próprios, ou seja, por marcas e grifes dos produtos na LI. Além desses resultados, também pudemos verificar que o habitus do grupo permite mesclar as línguas, pois isso remete alguns dos jovens a uma valorização individual por parte do grupo social de convívio, respeitando-os e colocando-os em posição de destaque no grande grupo. Contudo, percebemos que embora as línguas mesclem-se nos discursos dos jovens, há um descompasso que se evidencia no processo de ensino e aprendizagem nos espaços escolares e isto fez com que esses jovens, para sentirem-se incluídos numa língua adicional na sociedade moderna, criassem diferentes repertórios de resposta, como também diferentes efeitos de sentido para todo o universo vocabular da língua inglesa, até porque pensar a práxis pedagógica exige ir além das formas para entrever mediações que religam a palavra à ação e constituem as chaves do processo de ser do sujeito social (jovem).