Escalas para avaliação de dor em crianças e associação entre dor e ansiedade pré e pós-operatórias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1997
Autor(a) principal: Caumo, Wolnei
Orientador(a): Ferreira, Maria Beatriz Cardoso
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Dor
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/197739
Resumo: Justificativa para a pesquisa: Para diagnosticar e manejar adequadamente a dor é preciso conhecer o pertil de acurácia dos testes. Como a dor é uma experiência subjetiva, somente pode ser aferida de maneira adequada através do auto-relato. Dor é um sintoma que acarreta grande sofrimento ao ser humano, para amenizá-lo, estratégias terapêuticas são articuladas, mas essas devem ser precisamente avaliadas para quantificar o benefício conferido ao paciente. Ainda, para compreender o processo fisiopatogênico da dor, deve-se avaliar fatores que precipitam ou minoram o episódio doloroso - situacionais, emocionais, cognitivos. Portanto, somente será possível quantificar com certeza a aferição do fenômeno dor, através da aplicação de escalas com perfil diagnóstico de sensibilidade, especificidade e valores preditivos conhecidos. Objetivo: Avaliar a responsividade das escalas de auto-relato de dor (análogo-visual, faces, verbal) e a associação entre seus escores e a ansiedade pré e pós-operatória em crianças de 7 a 13 anos, submetidas a cirurgias eletivas. Métodos : Efetuou-se um quase experimento, no qual estudaram-se 90 crianças de 7 a 13 anos submetidas a cirurgia eletiva no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Os dados foram coletados nos períodos préoperatório e pós-operatório, através da aplicação de escalas de autorelato de dor (verbal, faces, análogo-visual), inventários de ansiedade traço-estado e questionário estruturado. Para avaliar a associação entre dor e ansiedade selecionou-se a escala análogo-visual por apresentar melhor perfil de acurácia no diagnóstico de dor do que as escalas de faces e verbal. O grau de ansiedade foi classificado segundo pontos de corte em ansiedade alto (acima da média) e baixo. Resultados: Através da análise fatorial de correspondência observa-se que as escalas de auto-relato apresentam concordância nos escores de dor. Os maiores escores estão associados a ausência de bloqueio, história de cirurgia prévia, cirurgias de médio e grande portes e alta ansiedade-estado pós-operatória. Os menores escores de dor estão associados a presença de bloqueio analgésico, ausência de cirurgia prévia, baixa ansiedade-estado pós-operatória e cirurgias de pequeno porte. Ainda, através da responsividade das escalas, determinada a partir da variação dos escores do período pré-operatório para o período pós-operatório, estabeleceu-se o perfil de sensibilidade, especificidade e valores preditivos. A escala análogo-visual apresentou-se como o melhor teste em termos de sensibilidade e de especificidade, quando comparada com as escalas de faces e verbal. Ainda, estabeleceram-se fatores de risco ou de proteção para dor pós-operatória através da associação bruta e ajustada entre dor e ansiedade pré e pós-operatória. A presença de alta ansiedade-estado pós-operatória aumenta em aproximadamente dez vezes o risco para o relato de dor. Conclusões: Conclui-se que as escalas de auto-relato de dor (faces, verbal, análogo-visual) apresentam responsividade ao grau de intensidade dolorosa. Também que há associação entre dor e ansiedade-estado pós-operatória ajustada para o efeito das seguintes variáveis: sexo, idade, escolaridade, cirurgia prévia, porte cirúrgico, realização de bloqueios analgésicos, uso de Midazolam pré-operatório e dose de analgésico opióide usada no período transoperatório.