Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Isolan, Luciano Rassier |
Orientador(a): |
Manfro, Gisele Gus |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/56663
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Resumo: |
Os transtornos de ansiedade representam uma das formas mais comuns de psicopatologia em crianças e adolescentes e estão associados com prejuízos no funcionamento acadêmico, social e familiar. Porém, permanecem frequentemente subdiagnosticados e subtratados. O bullying escolar é muito comum e está associado com um amplo espectro de problemas psiquiátricos, incluindo sintomas de ansiedade. O principal objetivo desta tese foi examinar a prevalência de bullying em uma grande amostra comunitária de crianças e adolescentes brasileiros e investigar a associação entre bullying e sintomatologia ansiosa de acordo com o DSM-IV. Esse estudo transversal consistiu no preenchimento de um questionário sobre bullying e de sua frequência e de um instrumento auto-aplicativo de triagem para transtornos de ansiedade que é a Screen for Child Anxiety Related Emotional Disorders (SCARED) por 2.353 estudantes entre 9 e 18 anos provenientes de seis escolas pertencentes à área de captação da Unidade Básica de Saúde do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Um total de 22,9% da amostra relatou envolvimento com bullying frequente, como agressor (7,6%), como vítima (5,7%) ou como agressor-vítima (9,6%). Em geral, meninos foram mais envolvidos como agressores e como agressores-vítimas e meninas como vítimas. Nossos achados demonstraram que estudantes envolvidos com bullying, como vítimas ou agressores-vítimas, apresentavam maiores escores na SCARED total e em suas subescalas do que agressores ou do que os estudantes sem envolvimento com bullying. A prevalência do bullying encontrada no nosso estudo está na média quando comparada com estudos prévios na literatura. Vítimas e agressores-vítimas, mas não agressores, são grupos associados com uma sintomatologia ansiosa mais alta. Embora no Brasil as taxas para as prevalências dos transtornos de ansiedade na infância e adolescência sejam substanciais, há uma carência de instrumentos para avaliar os sintomas de ansiedade e constructos relacionados à ansiedade em crianças e adolescentes. Adicionalmente, essa tese avaliou as propriedades psicométricas de duas escalas que são utilizadas na avaliação da ansiedade em crianças e adolescentes. A SCARED é um instrumento auto-aplicativo que foi originalmente desenvolvido como uma ferramenta de triagem para avaliar os transtornos de ansiedade na infância e adolescência de acordo com o DSM-IV. Os resultados encontrados em nosso estudo evidenciam que a SCARED apresenta propriedades psicométricas apropriadas e é um instrumento válido e confiável para avaliar sintomas de ansiedade em jovens no Brasil. O Childhood Anxiety Sensitivity Index (CASI) é o principal instrumento utilizado para avaliar sensibilidade à ansiedade em crianças e adolescentes. A sensibilidade à ansiedade é um constructo temperamental que pode ser conceitualizado como o medo de que sintomas de ansiedade possam ter graves consequências físicas, psicológicas ou sociais para o indivíduo. A sensibilidade à ansiedade está associada com outras medidas de ansiedade, principalmente àquelas que avaliam sintomas relacionados ao transtorno do pânico, e pode ser considerada um fator de risco para o desenvolvimento de sintomas de ansiedade e de transtornos de ansiedade em jovens. Nossos achados demonstraram uma confiabilidade apropriada e evidência de validade convergente entre a CASI e a SCARED em uma subamostra do nosso estudo, sugerindo que a CASI possa ser uma ferramenta útil na avaliação da sensibilidade à ansiedade nessa população. Tendo em vista os limitados recursos em relação à saúde mental e a pouca atenção clínica aos transtornos de ansiedade, acredita-se que tais instrumentos possam 11 se tornar ferramentas úteis na triagem de crianças e adolescentes com sintomas de ansiedade e que poderão necessitar de avaliações adicionais e de tratamento. |