Proposição de um método de análise da relação dos assentamentos informais urbanos e as doenças infecciosas e parasitárias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Lenhart, Tamires
Orientador(a): Miron, Luciana Inês Gomes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/252917
Resumo: O contexto da pesquisa deriva-se da situação pandêmica vivenciada acerca do Coronavírus (Covid19). A partir do advento da pandemia, a comunidade científica tem alertado para a possibilidade de surgimento de novas endemias, epidemias e pandemias, em razão da globalização e do aumento populacional em centros urbanos. A busca por localizações adequadas e que contemplem as necessidades da população tem se tornado crescente nos centros urbanos, onde agrupam-se as maiores taxas de desigualdades socioespaciais, resultando em áreas de assentamentos informais. Os assentamentos informais urbanos são caracterizados pela carência de infraestrutura urbana, insegurança de posse da terra, bem como pela exposição aos fatores de risco. Tais fatores podem agravar os riscos de transmissão de doenças, aumentando a vulnerabilidade dessa população. A partir desse contexto, a pesquisa tem como objetivo geral, propor um método para análise da relação entre a transmissão das doenças infecciosas e parasitárias e os assentamentos informais urbanos, no contexto da RMPA. A estratégia de pesquisa adotada é a Design Science Research, dividida em três etapas: Compreensão, Desenvolvimento e Avaliação. A compreensão tratou da etapa de revisão de literatura e diagnóstico da base de dados de saúde. O desenvolvimento do método foi realizado tendo como objeto de estudo os assentamentos informais urbanos da RMPA. A avaliação foi realizada por meio de grupos de foco e entrevistas para analisar a facilidade de compreensão e a utilidade do método proposto. No escopo do método a análise dos dados secundários foi desenvolvida com a técnica da Cartografia da Saúde. Identificou-se por meio dos Mapeamentos de Kernel, dos Mapas condicionais e dos Mapas de risco a pior situação de risco por óbitos e internações para as doenças infecciosas e parasitárias. Através da reflexão acerca da utilidade do método, que é baseado em dados secundários, pode-se entender que sua aplicação seria mais adequada para a identificação dos riscos dos aglomerados subnormais na escala metropolitana. A pior situação de risco na Região Metropolitana foi identificada nos municípios de Porto Alegre, Novo Hamburgo, Canoas e São Leopoldo. Além disso, também foram identificados dois pontos críticos metropolitanos. O ponto A diz respeito aos municípios de Novo Hamburgo, São Leopoldo, Campo Bom e Estância Velha. Tais municípios ficam expostos a uma extensa mancha de inundação que afeta os aglomerados subnormais, além de apresentarem alto percentual de urbanização e densidade demográfica. O ponto crítico B refere-se aos municípios de Porto Alegre, Canoas, Gravataí, Alvorada, Cachoeirinha e Sapucaia do Sul. Nesses municípios, os problemas dos setores de aglomerados subnormais são potencializados por encontrarem-se na maior área de conurbação da região, com alta densidade demográfica e percentual de área urbana, bem como sujeitos a uma vasta mancha de inundação. A partir da identificação dos municípios que estão em pior situação de risco, foi possível estabelecer prioridades para melhoria de infraestrutura. Dessa forma o método proposto pode apoiar a tomada de decisão de planejadores e gestores de competência metropolitana, para a destinação de recursos para obras, bem como para a definição de políticas de saneamento básico e vigilância em saúde. A gestão desse tipo de informação em escala metropolitana tem implicações na efetividade das estratégias de prevenção de doenças, de redução de hospitalizações e de controle da disseminação de casos em endemias, epidemias e pandemias.