Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Sulzbach, Vanessa Neumann |
Orientador(a): |
Griebeler, Marcelo de Carvalho |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/213635
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Resumo: |
Esta tese apresenta três ensaios sobre polarização dos empregos e dos salários no Brasil. Cada ensaio aborda um tema diferente neste contexto. O primeiro ensaio visa analisar porque a crescente procura por trabalhadores altamente qualificados não tem sido igualmente distribuída entre os gêneros no Brasil. Investigamos a importância das competências sociais na crescente probabilidade de mulheres trabalharem em um emprego bom (good job) – aqueles que pagam salários mais elevados – no mercado de trabalho altamente qualificado. Os resultados mostram uma relação positiva entre as competências sociais e a proporção feminina nas ocupações, evidenciando uma escolha natural das mulheres para profissões intensivas neste tipo de competências. Também fornecemos resultados consistentes com a literatura neurocientífica e de psicologia de que as mulheres têm uma vantagem comparativa na execução de tarefas que requerem competências sociais. A relevância dessas competências na determinação dos salários se mostrou mais elevada para as mulheres do que para os homens nos últimos anos. O segundo ensaio propõe a resolução do puzzle relativo à polarização dos salários no Brasil. A literatura tem documentado uma tendência descendente dos ganhos salariais ao longo da distribuição de salários, o que contradiz a evidência internacional do padrão de forma em U - a expansão dos salários das profissões de alta e baixa qualificação às custas dos salários das profissões de média qualificação – como resposta ao aumento/diminuição da procura de tais empregos. O ensaio propõe uma forma alternativa de analisar a polarização nos salários através da estimativa dos preços das tarefas (task price) utilizando dados de painel a nível individual e utilizando os índices de tarefas contínuos de cada ocupação. Os resultados mostram um aumento acentuado no retorno das tarefas cognitivas entre os dois períodos analisados (2002-2003-2004 e 2012-2013-2014), enquanto que o avanço do preço das tarefas manuais foi mais suave no mesmo período, e o retorno das tarefas de rotina não mudou. Essas evidências sugerem a existência de polarização na estrutura salarial no Brasil, tal como observado em vários outros países. O terceiro ensaio visa pôr luz sobre a tendência divergente nas mudanças de emprego ao longo da distribuição de salários entre os setores formal e informal, propondo uma discussão sobre o impacto do conteúdo das tarefas exigidas por cada ocupação na probabilidade de um indivíduo ser informal e na diferença salarial entre estes dois setores. Os resultados mostram que, mesmo depois de controlar o viés de seleção e por características observáveis dos indivíduos, a probabilidade de ser informal está positivamente correlacionada apenas com a exigências de tarefas manuais. Os requerimentos de tarefas cognitivas e rotineiras estão negativamente correlacionados com a probabilidade de um indivíduo ser informal. Além disso, cognitivo é a tarefa mais importante para explicar a diferença salarial entre os setores formal e informal, tanto em 2003 como em 2015. Sua importância cresceu entre o período, contribuindo para a manutenção do fosso salarial ao longo do tempo. Por outro lado, as tarefas manuais e de rotina têm pouco efeito sobre essa diferença, de modo que podemos concluir que as tarefas mostram um baixo poder de influenciar o fechamento do gap salarial formal-informal. |