Efeitos da salinização sobre macrófitas de água doce

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Moreira, Maurício Hoffmann
Orientador(a): Barbosa, Alice Pita
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/265116
Resumo: O processo de salinização, quando potencializado pela ação humana, caracteriza um grave problema ambiental que ameaça a qualidade das águas doces em todo o mundo. Ecossistemas aquáticos de água doce, e até mesmo de águas salobras, podem experimentar perdas acentuadas de biodiversidade e modificações em sua estrutura e funcionamento, como resultado do aumento da salinidade. A redução da riqueza e abundância de macrófitas aquáticas não-halófitas nesses ambientes pode trazer consequências indesejáveis e duradouras para ambientes aquáticos, devido a seu importante papel na regulação de características físicas, químicas e ecológicas. Em lagoas rasas, sobretudo, macrófitas podem contribuir para a manutenção de níveis reduzidos de nutrientes na coluna d’água, e de um estado de águas claras, a partir de efeitos de retroalimentação positiva. Nosso objetivo neste trabalho é analisar os efeitos diretos e indiretos da salinização em macrófitas não-halófitas e suas consequências para os ecossistemas de água doce. Para isso, esta dissertação se estrutura em dois capítulos; um artigo de revisão de literatura, em que revisamos os efeitos fisiológicos e ecológicos da salinização em macrófitas aquáticas, seus mecanismos e limites de tolerância à salinidade; e um artigo experimental, em que analisamos os efeitos de diferentes níveis de salinidade sobre Ceratophyllum demersum L., uma espécie de macrófita submersa não-halófita, o perifíton e o fitoplâncton. Nossos resultados indicam: a existência de mecanismos eficientes de tolerância à salinidade em macrófitas não-halófitas, que as permitem tolerar amplos níveis de salinidade, de aproximadamente 5 g L-1 ; a ausência de diferença significativa da tolerância à salinidade entre diferentes formas de vida de macrófitas; a presença de sintomas similares aos experimentados por plantas terrestres em macrófitas de ampla distribuição, em resposta ao aumento na salinidade; potencial favorecimento do crescimento de microrganismos planctônicos, como algas e cianobactérias, em detrimento de macrorganismos bentônicos, como macrófitas aquáticas, em resposta ao aumento na salinidade; e potencial associação do processo de salinização com a eutrofização, que é considerada como uma das principais causas da mudança entre estados alternativos em lagoas rasas.