Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Weber, Caroline Trevisan |
Orientador(a): |
Trierweiler, Jorge Otávio |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/171392
|
Resumo: |
A batata-doce possui grande importância na alimentação humana e expressivo potencial para produção de etanol. A produção brasileira desta cultura é a 20ª no ranking mundial, com produção de 525.814 t em 2014, destacando-se o Rio Grande do Sul, responsável por 30,68% da produção do país. Shochu é a bebida alcoólica destilada mais consumida no Japão, produzida por destilação de fermentados de diversas fontes amiláceas, incluindo a batata-doce. Em sua fabricação é utilizado o koji, cultura sólida de fungos tradicional dos países asiáticos, mas que torna o processo produtivo lento e com alto risco de contaminação. Considerando a alta produtividade de batata-doce e a influência da cultura japonesa no Brasil, principalmente na culinária, percebe-se uma grande oportunidade de agregar valor a essa matéria-prima. Os objetivos deste trabalho são fazer o estudo de um processo alternativo - mais rápido e com menor risco de contaminação - para produção de destilado de batata-doce similar ao shochu, e a avaliação da viabilidade econômica para produção do mesmo. No processo alternativo proposto, o koji foi substituído pela enzima Stargen 002, mistura contendo alfa-amilase e glucoamilase, e utilizou-se uma pectinase para redução da viscosidade do meio. O tempo de processo reduziu de 14 dias para apenas 1 dia. As análises dos compostos de interesse foram realizadas por HPLC e GC. Quanto às matérias-primas, o teor de açúcares redutores totais foi maior na batata-doce de casca creme e polpa creme (30,42±1,54%), seguida pela batata-doce de casca púrpura e polpa creme (27,44±0,36%) e por último a batata-doce de casca rosada e polpa alaranjada (20,57±0,49%), e o teor de umidade seguiu a ordem inversa. Os resultados obtidos pelo processo padrão não foram satisfatórios em razão do baixo rendimento da fermentação alcoólica (40,59-42,51%) e da formação de compostos acima do limite da legislação, resultantes de fermentação acética. O rendimento experimental da fermentação alcoólica foi maior utilizando a levedura Angel Thermal Resistance Alcohol® (73,65%), seguida da Lalvin DV10® (70,39%) e por último a Lalvin EC1118® (67,31%), sendo maiores do que os obtidos com o uso das técnicas convencionais de produção de shochu, pois a não contaminação por bactérias acéticas no fermentado possibilitou maior rendimento em etanol. Por destilação em batelada, foram separadas frações de cabeça, coração e cauda, e em todas elas o componente álcool metílico mostrou-se acima dos limites da legislação. Realizou-se, então, experimento sem adição de pectinase, e o problema de formação de metanol foi eliminado. Entretanto, houve queda no rendimento da fermentação alcoólica (51,65-54,75%), indicando que a menor desintegração da batata-doce prejudica o andamento do processo fermentativo. Todos os compostos analisados mostraram-se dentro dos limites das normas vigentes. As frações cabeça e cauda foram descartadas e a fração coração foi diluída até teor alcoólico de 25% (v.v-1) e envasada. O destilado produzido, batizado de “Tchêchu”, e o shochu comercial apresentaram as mesmas bandas de adsorção em análise FTIR, identificando semelhança entre os mesmos. O custo de produção de uma garrafa (750 mL) de “Tchêchu” foi estimado em R$ 8,75. Com preço unitário de R$ 15,75 e utilizando-se a taxa SELIC (9,25% a.a.) como taxa mínima de atratividade, tem-se VPL de R$ 1.815.107,34, TIR de 26%, e payback descontado de 2,44 anos, o que mostra que a implantação de uma destilaria para produção de “Tchêchu” é economicamente viável. |