Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Coelho, Bárbara Paranhos |
Orientador(a): |
Guma, Fátima Theresinha Costa Rodrigues |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/201594
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Resumo: |
O reposicionamento de fármacos é o estudo da utilização de fármacos para outra indicação do que a originalmente aprovada. Este processo apresenta o potencial de identificação rápida de terapia eficaz contra doenças como câncer e Alzheimer (DA). Vários estudos demonstraram o efeito antitumoral da doxazosina, um bloqueador a1- adrenérgico, e os bloqueadores β1-adrenérgicos têm sido associados à neuroproteção em doenças neurodegenerativas. O câncer e a DA têm uma relação inversa em muitos aspectos, com vários fatores que contribuem para a inibição da apoptose e a proliferação celular sendo aumentados nos cânceres, mas diminuídos na DA. O neuroblastoma (NB) é um tumor pediátrico derivado de células da crista neural embrionária, com uma taxa de cura em torno de 40%, apesar do tratamento agressivo. Os hemangiomas infantis (HIs) são os tumores vasculares mais comuns em bebês. A morbidade pode incluir desfiguração e cicatrizes e, em casos mais graves, perda da visão, comprometimento das vias aéreas, insuficiência cardíaca congestiva, e morte. O NB, o HI e a DA apresentam alterações na via de sinalização de EGFR/Akt/GSK-3b e a descoberta de novos fármacos para o tratamento dessas doenças tem se apresentado como um grande desafio. Assim, no presente estudo investigamos o potencial terapêutico da doxazosina como agente antitumoral contra NB e HI, e como agente neuroprotetor contra a DA. Primeiro, analisamos os efeitos do fármaco em células NB humano SH-SY5Y diferenciadas e indiferenciadas com ácido retinóico e em um modelo in vitro de Da, utilizando culturas organotípicas de hipocampo expostas ao peptídeo b-amiloide (Ab). A doxazosina demonstrou efeito antitumoral em células indiferenciadas de NB por meio da indução de apoptose, necrose, parada no ciclo celular e diminuição dos níveis de p-EGFRTyr1048. Em células diferenciadas, a doxazosina foi menos citotóxica e aumentou os níveis de p- EGFRTyr1048, p-AktSer473 e p-GSK-3bSer9. Além disso, o fármaco foi capaz de proteger as fatias do hipocampo da toxicidade do Ab, através da prevenção da ativação da GSK-3b e da hiperfosforilação da Tau. Em relação ao HI, utilizamos a linhagem celular murina EOMA como modelo. O fármaco foi citotóxico para as células EOMA, mas baixas concentrações de doxazosina aumentaram a migração dessas células. O processo de metástase tumoral envolve diversas fases, entre elas a migração celular e a invasão. Para avaliar se este aumento de migração celular tem relevância biológica para a patologia do HI, é necessário avaliar também o potencial de invasão dessas células. Neste estudo, também padronizamos culturas 3D de esferoides tumorais de células EOMA, o que ainda não foi descrito na literatura. Os esferoides tumorais se assemelham mais ao que ocorre com o tumor in vivo em comparação com as culturas 2D. Observamos que a doxazosina foi capaz de reduzir o tamanho do esferoide tumoral. Ainda, apresentamos nesse estudo resultados preliminares do potencial antitumoral da doxazosina em células WEHI-3B, que são representativas de leucemia mielomonocítica (LMM). A doxazosina foi capaz de induzir a morte das células WEHI-3B após 48h de tratamento. Desse modo, na presente tese demonstramos que a doxazosina apresenta potencial terapêutico não só para tumores como NB, HI e LMM, como também é neuroprotetora em um modelo in vitro da DA. Os nossos estudos estão baseados no reposicionamento da doxazosina para doenças de difícil tratamento, como NB de alto risco e DA, assim como uma doença negligenciada na literatura, como o HI. |