Riolitos neoproterozóicos na região do Cerro do Perau, Caçapava do Sul, RS : reologia e modelo de colocação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Freitas, Rayane Bastos de
Orientador(a): Sommer, Carlos Augusto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/204506
Resumo: Os depósitos de fluxo de lavas riolíticas são importantes produtos das manifestações vulcânicas, frequentemente subordinadas a eventos explosivos, cujas principais ocorrências são relacionadas ao vulcanismo vinculado a sistemas de arcos vulcânicos e grandes províncias ígneas. Apesar de sua importância, vários aspectos relacionados à colocação dos fluxos de lavas riolitíticos ainda são enigmáticos. Estudos recentes realizados em fluxos riolíticos modernos sugerem mecanismos de colocação semelhantes às das lavas basálticas, sugerindo um modelo de crescimento mais dinâmico para as lavas ácidas, incluindo complexos sistemas de alimentação a partir de estruturas lobulares. Apesar desses avanços, estudos relacionados ao reconhecimento dessas características em fluxos antigos ainda são raros. Neste trabalho, foi realizado um estudo de um fluxo riolítico de idade Neoproterozoica na área do Cerro do Perau, Caçapava do Sul, RS, integrando trabalhos de campo, petrografia, geoquímica, reologia e paleomagnetismo (anisotropia de suscetibilidade magnética (AMS). A região do Cerro do Perau é constituída por riolitos vinculados à Formação Acampamento Velho da Bacia do Camaquã e representa uma excelente exposição para o estudo dos fluxos de riolitos, com diversos padrões estruturais e texturais vinculados à processos primários de colocação das lavas. Os riolitos são foliados, originalmente hemicristalinos, com baixo conteúdo de cristais e alto teor em sílica, indicando uma colocação como fluxos de obsidiana. A análise estrutural indica a predominância de planos de foliação sub-verticais, incluindo planos axiais de dobras, indicativos de uma região proximal e superior nos fluxos de riolitos. A ausência de lineações sugere uma acomodação predominantemente plana da deformação induzida pelo fluxo, o que é confirmado pela forma dos elipsóides obtidos por ASM. Várias amostras de ASM exibem um alto grau de anisotropia, principalmente relacionado a fábrica oblata e indicativos do desenvolvimento de zonas de alta deformação no fluxo. Os dados geoquímicos mostram altas temperaturas líquidas para os fluxos de lava (acima de 957 ºC), com viscosidades máximas de 8,5 log η (Pa.s) e temperaturas de transição do vidro (Tg) de 750 ºC. A ausência de texturas e estruturas particulados, indicam a ausência de processos rúpteis, sugerindo pouca ou nenhuma movimentação das lavas em temperaturas abaixo da Tg.