Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Antoniolli, Juliano Francesco |
Orientador(a): |
Rodrigues, Mara Cristina de Matos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/56505
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Resumo: |
Este trabalho se propôs a analisar a representação do passado na série pedagógica publicada entre 1916 e 1920 por Achylles Porto Alegre (1848-1926). Homem de letras atuante no meio intelectual porto-alegrense desde o século 19, o autor se dedica, ao final da vida, à instrução das gerações mais novas de rio-grandenses. Para isso, oferece ao público uma série de pequenos livros nos quais, a partir da sua memória e testemunho, oferece exemplos de personagens e acontecimentos dignos de imitação. A análise se organiza assim em torno de três eixos explicativos. O primeiro procura identificar os mecanismos mobilizados por Achylles, para além da dimensão fiduciária do testemunho, na construção de si como narrador autorizado das coisas do passado, através da análise dos prefácios de suas obras. Foi possível perceber que o autor atua no processo de manutenção da memória regional, encontrando, nela, um lugar para si e suas experiências que dá a ler. O segundo eixo explicativo procura definir o estatuto da crônica enquanto gênero de fronteira no qual o registro cronológico do passado estabelece laços com os usos criativos da linguagem próprios da literatura, ao mesmo tempo que visa compreender as aproximações e afastamentos estabelecidos pelo autor entre os escritos da trilogia educativa e a literatura de imaginação. Nesse sentido, a crônica se apresenta como o veículo textual/discursivo propício para uma representação do passado que busca instruir e agradar. Com a história e a literatura operando como instrumentos pedagógicos do ser nacional e regional, onde ambos os gêneros guardam respeito ao referente, a marca que afasta o empreendimento educativo da literatura de imaginação é a da anterioridade da coisa atestada pela memória a partir da qual Achylles afirma a verdade do passado relatado. Por fim, o terceiro eixo visa a compreender a noção de história veiculada pelas biografias exemplares de homens ilustres, que articula uma concepção de tempo que será confrontada com as temporalidades da memória e do progresso que atravessam sua escrita. Desta forma, vê-se, num momento de desorientação temporal, o passado, como campo de experiência, novamente orientando o futuro, horizonte de expectativa, ao contrário do que se poderia esperar após o advento da modernidade. |