Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Rosa, Thiago Koslowski da |
Orientador(a): |
Brunhara, Rafael de Carvalho Matiello |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/222962
|
Resumo: |
Este trabalho visa analisar fragmentos elegíacos de poetas gregos do período Arcaico que evocam a narrativa de mitos e acontecimentos históricos de modo preponderante. Nesse sentido, busca-se avaliar o papel que a elegia poderia ter na transmissão de conteúdo histórico e tradicional nesse período da Grécia Antiga. Essa investigação é motivada em grande parte pelas relativamente recentes descobertas e edições de papiros contendo fragmentos elegíacos de Simônides de Ceos – obtidos a partir do Papiro de Oxirrinco 3965, editado pela primeira vez em 1992 por Peter Parsons; e de Arquíloco de Paros – obtido a partir do Papiro de Oxirrinco 4708, editado por Dirk Obbink (2006). O papiro de Simônides de Ceos, em especial, reacendeu a perspectiva de que a elegia grega arcaica poderia conter seções narrativas mais extensas do que se imaginava anteriormente. Essa possibilidade havia sido expressa de modo mais incisivo por Ewen Bowie, no artigo “Early Greek Elegy, Symposium and Public Festival” em 1986, que considerava o festival público como um contexto próprio para a apresentação de elegias, no qual poderiam ser apresentadas elegias longas e narrativas. Sua proposta, porém, era baseada apenas em fontes secundárias da antiguidade, não havendo até então nenhum exemplo concreto de uma elegia ou de um fragmento elegíaco claramente narrativo. Porém, o fr. 11 W de Simônides – um dos encontrados no Papiro Oxirrinco 3965 – traz o princípio de uma elegia aparentemente abordando a Batalha de Plateias, um evento decisivo para os gregos nas Guerras Médicas. Esse fragmento contém ainda uma invocação a Aquiles, às Musas e o que parece ser o início de uma narrativa relatando essa batalha. Já o fr. 17(a) Swift de Arquíloco – obtido a partir do Papiro de Oxirrinco 4708 – apresenta uma narrativa mais incerta em relação à sua inserção na economia geral do poema, tratando do episódio mítico do desembarque dos aqueus na Mísia. Esse episódio se daria antes da Guerra de Troia em um momento em que os gregos, desviados de seu caminho para Troia, desembarcam na Mísia – reinada então por Télefo, filho de Héracles – e atacam a região, pensando se tratar de Troia. Esses dois fragmentos abrem, portanto, a possibilidade de reler outros fragmentos elegíacos que poderiam estar inseridos em poemas narrativos. Apoiando-se nos conteúdos dos fragmentos ou em fontes secundárias, são abordados neste trabalho fragmentos que poderiam compor obras como a Esmirneida de Mimnermo, o Hino a Zeus de Calino de Éfeso e a Eunomia de Tirteu. Além disso, são abordados também poetas cuja evidência de autoria de elegias narrativas é mais incerta, como Xenófanes, Sacadas de Argos, Paníassis de Halicarnasso, Íon de Quios, Semônides de Amorgos, Clonas de Tegeia, Árdalo e Meles de Cólofon. Assim, a partir da tradução e do comentário desses fragmentos, propõe-se uma síntese das possibilidades temáticas da elegia narrativa e das ocasiões de performance em que esses poemas poderiam ser apresentados. |