“Tem que estudar para ser gente”: trajetórias de professores de universidades federais sem histórico familiar de longevidade escolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Lopes, Rodrigo de Macedo
Orientador(a): Neves, Clarissa Eckert Baeta
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/239833
Resumo: As mudanças sociais em curso durante a segunda metade do século XX, no Brasil, alteraram o valor social do diploma de ensino superior para diferentes grupos. Diante desse contexto, esta tese foi elaborada com objetivo investigar e analisar as trajetórias sociais (origens familiares, percursos escolares, acadêmicos e profissionais) de professores universitários sem histórico familiar de longevidade escolar. A tese principal dessa pesquisa é que as mudanças sociais ocorridas no Brasil atingiram os diferentes grupos de forma seletiva e heterogênea, pressionando-os a alterarem suas tradições de reprodução social, ao incorporarem a necessidade de avanço na escolarização para as gerações mais novas. Para analisar essa tendência, realizamos uma pesquisa com métodos mistos, a partir de questionários e entrevistas semiestruturadas, que evidenciou como a atualização dos repertórios de reprodução social aconteceu com os professores das universidades federais com maior número de docentes em cada uma das cinco regiões brasileiras – Universidade Federal do Pará, Universidade Federal de Pernambuco, Universidade de Brasília, Universidade Federal do Rio de Janeiro e Universidade Federal do Rio Grande do Sul. De um lado, a pesquisa quantitativa revelou haver uma diferenciação objetiva nos níveis de escolaridade entre as gerações mais velhas, os avôs e os pais, e as gerações mais novas, os professores, evidenciando a necessidade dos mais novos em avançar na escolarização. De outro lado, a pesquisa qualitativa demonstrou como as pressões por avanço na escolarização, para as gerações mais novas, foram postas em prática por diferentes caminhos, das famílias às trajetórias acadêmicas dos docentes universitários. Os dados permitiram a construção e análise de trajetórias sociais que tratam das origens familiares, percursos escolares e acadêmicos dos professores pesquisados, os quais, para além de oferecerem uma caracterização desses itinerários, possibilitaram uma compreensão multidimensional para o destino social de professores universitários. As conclusões dessa tese indicam que as variações encontradas nas trajetórias sociais dos professores pesquisados têm conexão com a maneira diferencial que as pressões sociais atingiram os entrevistados.