Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Serena, Guilherme Carvalho |
Orientador(a): |
Pavarini, Saulo Petinatti |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/257958
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Resumo: |
A calcinose sistêmica em equinos é uma doença rara, de fisiopatologia não completamente elucidada, com curso geralmente letal e lesões histopatológicas caracterizadas por inflamação e mineralização sistêmicas. Apresenta correlações com a miosite imunomediada, que é uma doença genética de origem inflamatória, relacionada com uma variante do gene MYH1 que codifica a cadeia pesada da miosina 1. Apesar da falta de comprovação da influência genética no desenvolvimento de calcinose sistêmica, ambas as doenças apresentam curso clínico inicial semelhante, acometendo, principalmente, equinos da raça Quarto de Milha, e estão frequentemente associadas a históricos prévios de infecções bacterianas ou vacinação, que parecem servir de evento desencadeador das doenças. A miosite imunomediada diferencia-se da calcinose sistêmica por apresentar um bom prognóstico, causando atrofia muscular imunomediada com rápida recuperação, enquanto a calcinose sistêmica apresenta um curso grave de alta letalidade. Poucos estudos abordaram a calcinose sistêmica, sua relação com miosite imunomediada e com a mutação no gene MYH1. O objetivo deste estudo foi descrever os aspectos epidemiológicos, patológicos e moleculares de casos de calcinose em equinos submetidos à necropsia entre os anos de 2018 e 2021 nas regiões Sul e Centro-Oeste do Brasil. No período estudado, cinco casos histologicamente compatíveis com lesão muscular definida como calcinose sistêmica foram diagnosticados. Os equinos afetados eram da raça Quarto de Milha, tinham idade mediana de 15,4 meses e tiveram evolução da doença de 16,8 dias em média. As alterações macroscópicas eram caracterizadas por áreas de palidez acentuada na musculatura, com lesões microscópicas de necrose, calcificação, atrofia e regeneração muscular e manifestação em vários órgãos, com predomínio de processos inflamatórios e mineralizantes. Quatro dos cinco cavalos tiveram material submetido a avaliação molecular e todos apresentaram mutação para a variante patológica do gene MYH1 em homozigose (n=1) ou heterozigose (n=3). Não havia outra mutação relacionada à doença muscular nos casos testados. Três equinos apresentaram marcação positiva contra antígenos de Streptococcus equi na avaliação imuno-histoquímica, especialmente, no trato respiratório. Os achados genéticos do presente estudam reforçam o envolvimento da variante MYH1_p.E321G no desenvolvimento da calcinose sistêmica em equinos QM e que esta apresenta consonância entre os achados clínicos e epidemiológicos da miosite imunomediada, diferenciando-se na manifestação histopatológica. |