Estudo filogeográfico e hibridação em um grupo de espécies de Vriesea (Bromeliaceae) : contribuições para a diversificação do gênero e história evolutiva da mata atlântica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Melo, Camila de Aguiar
Orientador(a): Bered, Fernanda
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/250240
Resumo: Bromeliaceae é uma das famílias de angiospermas com maior diversidade morfológica e ecológica, podendo habitar desde ambientes extremamente secos até florestas úmidas. Vriesea é o segundo maior gênero da subfamília Tillandsioideae, com 231 espécies, e é composto principalmente por espécies de hábito epífito ocupando ambientes mesófilos, sendo a Mata Atlântica o principal centro de diversidade, com 166 espécies. Apesar do polifiletismo do gênero, é possível observar grupos monofiléticos de espécies de ocorrência no leste brasileiro. Um desses grupos é denominado de “grupo das infladas”, cujas espécies, dentre outras características, apresentam inflorescência simples, brácteas florais vermelhas e infladas, e flores tubulares com corola amarela. Esta tese é composta por dois manuscritos que buscam entender os padrões históricos, de diversidade e estrutura genética, bem como o fluxo gênico interespecífico e o grau de isolamento reprodutivo em espécies deste grupo. No Capítulo II buscando compreender os padrões históricos, a estrutura e diversidade genética de populações de V. incurvata na porção sul da Mata Atlântica, de onde essa espécie é endêmica, foram analisados duas regiões plastidiais e 13 marcadores nucleares microssatélites, além de análises demográficas e de modelagem de nicho ecológico. Os resultados mostraram uma falta de estruturação filogeográfica com um alto compartilhamento de haplótipos entre as populações e uma diversidade genética variando de moderada a alta em ambos os genomas analisados. A modelagem de nicho ecológico indicou que não houve grandes alterações das áreas mais adequadas para a distribuição da espécie nos períodos do Último Máximo Glacial e do Holoceno Médio em relação à distribuição atual. Assim, após a colonização de V. incurvata, a porção sul da Mata Atlântica se manteve historicamente estável para sua ocupação, corroborando a estruturação filogeográfica encontrada. No Capítulo III a fim de avaliar o fluxo gênico entre espécies do “grupo das infladas”, foram selecionadas três localidades na Mata Atlântica onde ocorrem populações simpátricas das espécies V. taritubensis var. patens, V. simplex, V. carinata, V. agostiniana, V. inflata e V. incurvata, e utilizados 12 marcadores nucleares do tipo microssatélites. Além disso, para analisar as diferenças morfológicas entre as espécies em cada localidade, foram utilizadas 10 variáveis, quatro relacionadas à parte vegetativa e seis a parte reprodutiva das plantas. Os resultados indicaram uma baixa estruturação populacional e uma alta taxa de hibridação entre as espécies de Vriesea nas localidades estudadas, sugerindo que as barreiras reprodutivas entre essas espécies são permeáveis. Foram observados alguns indivíduos híbridos com morfologia atípica, no entanto a maioria apresentou características morfológicas semelhantes aos parentais. De modo geral, os resultados obtidos nesta tese contribuem com a compreensão dos processos evolutivos envolvidos na diversificação do gênero Vriesea, especificamente em espécies do “grupo das infladas”, bem como com a elucidação dos padrões históricos e evolutivos envolvidos na porção sul da Mata Atlântica.