Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Coelho, Caíque Silva |
Orientador(a): |
Levy, Lia |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/217761
|
Resumo: |
Como uma filosofia imanente e processual implica numa ressignificação da consciência e da identidade pessoal? Esta nos parece ter sido a nervura do problema posto nesta investigação. Spinoza apresenta uma ontologia que parte da imanência absoluta de uma substância infinita da qual somos expressões certas e determinadas, finitas, capazes de participar e tomar parte no mundo. Tal substância não implica num abismo indiferenciado em que o infinito dissolveria o finito, mas, pelo contrário, ela implicaria na diferenciação singular de cada coisa, no modo como cada uma reflete e espelha em si a necessidade e a dinâmica de uma natureza infinita que se autoproduz e se auto-diferencia em múltiplas expressões. Na substância (ou seja, na natureza, ou em Deus) essência e potência coincidem, existir é produzir efeitos. É nesta coincidência entre essência e potência que esta investigação encontrou ou propôs encontrar o início de uma intensa linha de pensamentos que nos conduz à concepção, no plano dos modos finitos, de uma consciência ligada ao poder de afetar e ser afetado e, por via do conatus, ao esforço dinâmico de integração de si na duração. Isto, por sua vez, nos teria esclarecido a possibilidade de uma profunda ressignificação da identidade pessoal, do ponto de vista do tempo e do ponto de vista da eternidade. Aquilo que se resulta deste pensamento possui, entretanto, quase nenhuma semelhança com o que o senso comum compreende por tais conceitos. Se ainda falamos em Deus, consciência ou identidade pessoal, é talvez por uma certa perversão imanente a que Spinoza conduz os conceitos filosóficos. Assim, é preciso diagnosticar a radicalidade da filosofia spinozista, na medida em que ela opera uma transformação imanente de conceitos tradicionais a tal ponto que o resultado do processo tenha soado monstruoso para muitos de seus intérpretes. Se trata aqui não de amenizar este efeito para apaziguar-se com as expectativas do senso comum, mas, pelo contrário, levar tal monstruosidade ao limite, e desse modo, talvez, mostrar a potência ética de uma liberação que é, a um só tempo e pela mesma razão, teórica e prática, especulativa e afetiva. |