"Apatitas da suíte alcalina Passo da Capela como monitoras da evolução do magmatismo alcalino mesozoico no Rio Grande do Sul - Brasil"

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Gomes, Victoria Silveira
Orientador(a): Gomes, Marcia Elisa Boscato
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
REE
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/273860
Resumo: A Suíte Alcalina Passo da Capela é constituída plugs, diques e pipes de fonolitos que representam o registro do último evento magmático do Rio Grande do Sul, no final do Mesozóico. Essas rochas possuem considerável importância econômica, devido ao seu alto teor de elementos voláteis, terras raras e incompatíveis. Embora as apatitas sejam as principais portadoras desses elementos, ainda não foi realizado nenhum estudo específico. Neste estudo foram analisadas lâminas delgadas de basanitos, fonolitos porfiríticos e afíricos através do microscópio polarizador e da microssonda eletrônica, visando a compreensão dos elementos voláteis e traço, especialmente as terras raras, e sua evolução nos processos magmáticos. Foi possível compreender pela correlação entre a forma e o tamanho das apatitas nas diferentes rochas, que elas não pertencem a gerações diferentes, mas sim, essas apatitas representam a continuidade da cristalização em diferentes momentos. As apatitas presentes nas basanitos possuem teor médio de 54% de CaO, 40% de P2O5 e 0,15% de Cl, além de 0,9% em peso de SiO2 e SO3. As apatitas dos fonolitos porfiríticos contêm em média teores de CaO de 52%, P2O5 de 38,42%, F acima de 3,2% e Cl de até 0,05%. Também são observados teores de SiO2, SO3, SrO e REE acima de 1% em peso. Em quantidades menores, MgO, FeO, Na2O e Cl estão presentes, menos de 0,5%. Nos fonolitos afíricos, as apatitas apresentam teores médios de CaO de 54%, P2O5 de 38%, F acima de 3% e Cl abaixo de 0,09%. Outros elementos presentes em quantidades significativas são SiO2, SO3, SrO e REE, acima de 1%. Em quantidades menores, são observados teores de até 0,2% de MgO, MnO, FeO e Na2O. O crescimento dessas apatitas possivelmente ocorreu no início da cristalização do magma, ao mesmo tempo que os piroxênios. Sua relação é indicada pela presença de apatitas ora incluídas nos piroxênios, ora presentes em suas bordas, e eventualmente com a continuação de sua cristalização, após o término da cristalização dos piroxênios, evidenciada pelos microfenocristais. Essa relação também é observada em granadas, porém não são observadas populações de apatitas constituindo a matriz dessas rochas. A partir da análise combinada de todos os dados apresentados, é possível estabelecer uma cronologia relativa da cristalização das apatitas em diferentes rochas. O magma que gerou essas apatitas era rico em F, com alta fugacidade de oxigênio, o que cristalizou as rochas em condições de alta temperatura, mas com ocorrência de cristalização inicial das apatitas nos basanitos, o que sugere uma queda repentina de pressão. As variações encontradas nas rochas porfiríticas e afíricas são compatíveis com o modelo de cristalização fracionada, e parece não haver influência de outros processos magmáticos e hidrotermais.