Memórias de formação: inventar com vozes artistas uma escrita em educação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Daniela da
Orientador(a): Fischer, Rosa Maria Bueno
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/276633
Resumo: Esta tese trata das narrativas de formação de três artistas e suas contribuições para o campo da educação. A partir de uma escrita ensaística, inspirada nos romances de formação, circunscrevemos o seguinte pressuposto: pensar os modos como Cecilia Vicuña, Conceição Evaristo e Emicida se tornam o que são, a partir de uma vida implicada na experiência da arte como formação de si. Para tanto, propomos um procedimento de pesquisa no qual exercitamos a escuta, o manuseio e a continuidade do que chamamos de narrativas de formação, grafias de formação e memórias de formação. A escrita orienta-se pelos campos da educação, da filosofia e da arte, para olhar a metodologia como um espaço de saber relacionado à experiência do pensamento. O substrato deste trabalho se compõe, assim, da reunião de arquivos em circulação, vindos de entrevistas audiovisuais, sonoras e escritas, de falas encontradas em vídeos, documentários, em livros e documentos diversos, a respeito das artistas e do artista. Em busca de cercar a noção de formação, apostamos em um direcionamento teórico que assume a inseparabilidade entre a arte, a vida e a educação, oferecendo pistas para pensar os modos como as vivências e as experiências com a arte contribuem para nos tornarmos o que somos. Cada ensaio é dedicado a uma das artistas e ao artista, movimentando uma plêiade de discussões, de autoras e autores, linguagens poéticas e campos de saber singulares. A partir de Cecilia Vicuña, colocamos em suspenso uma experiência e um trabalho com a arte, inspirados na ancestralidade andina e no pensamento ameríndio, como importante caminho de reflexão relacionado a uma educação interessada nos preceitos da alteridade, em que o sentir não é reduzido à razão. Já Emicida nos convoca a olhar para o ritmo e a poesia negra afro-brasileira, como uma chave de leitura para a educação, especialmente, relacionada à experiência e ao trabalho musical como um processo formativo que entrelaça saberes, a produção de existências e o direito à arte. Por fim, Conceição Evaristo chama a atenção para os movimentos da literatura, como uma importante linguagem no processo de nos constituirmos existencialmente, em particular quando refletimos sobre a relevância da escrita e do pensamento de mulheres negras, para uma educação que deseja superar ausências, apagamentos, e com isso, se tornar capaz de atualizar as histórias de nossa sociedade.