Avaliação da imunotoxicidade de agrotóxicos em linhagens monocíticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Cestonaro, Larissa Vivan
Orientador(a): Arbo, Marcelo Dutra
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/256639
Resumo: Agrotóxicos são usados para o controle e prevenção de pragas durante o cultivo e após a colheita, melhorando a produtividade e a qualidade da produção agrícola. Estes compostos podem apresentar propriedades imunotóxicas e risco potencial para a saúde humana devido à exposição por meio de alimentos, água potável, meio ambiente e local de trabalho. Os distúrbios do sistema imunológico destacam-se por estarem intimamente ligados a múltiplos órgãos, incluindo os sistemas nervoso, endócrino, reprodutivo, cardiovascular e respiratório, levando a mudanças transitórias ou permanentes. Considerando a relevância dos agrotóxicos em nosso meio e o objetivo de aumentar a produtividade das culturas, se faz necessário elucidar os efeitos ainda não descritos ou bem compreendidos sobre a imunidade inata e adaptativa (celular e humoral), uma vez que estes agrotóxicos estão disponíveis no mercado são largamente utilizados. Também, ao considerar que os testes de imunotoxicidade não estão dentro dos novos endpoints exigidos para liberação de agrotóxicos publicado na nova RDC nº 294 da ANVISA, se faz necessário investigar efeitos até então não observados e, talvez, úteis em uma potencial reavaliação. Portanto, o presente estudo objetivou avaliar a potencial imunotóxico dos agrotóxicos clomazona, glifosato, imidacloprido e sulfentrazona em duas linhagens celulares (RAW 264.7 e THP-1). Foram revisados estudos durante os últimos dez anos sobre os mecanismos envolvidos na imunotoxicidade de fungicidas, herbicidas e inseticidas em células, animais e humanos (manuscrito I). Os mecanismos envolvidos na imunotoxicidade destas três classes analisadas estão relacionados a alterações em células imunes inatas e adaptativas, na resposta imune celular e humoral, bem como na alteração do sistema imunológico por vários mecanismos, como fatores pró-inflamatórios e anti-inflamatórios. O segundo manuscrito apresenta resultados da avaliação in vitro do efeito imunotóxico do imidacloprido utilizando macrófagos murinos RAW 264.7 após tempos de incubação curtos (24h) e longos (96h). Os resultados mostraram evidências do potencial efeito imunomodulador na resposta inflamatória associados à exposição crônica ao imidacloprido, indicando as mitocôndrias como reguladoras da resposta 14 imune inata por meio de diferentes mecanismos. O manuscrito 3 investigou a toxicidade dos três herbicidas comerciais (clomazona, glifosato e sulfentrazona) usando células THP-1 após 24 h de incubação para elucidar o papel de alguns mecanismos de toxicidade. O estresse oxidativo se mostrou como uma importante via de toxicidade do herbicida sulfentrazona. Além disso, foi observado que o herbicida clomazona apresentou uma despolarização mitocondrial, enquanto a sulfentrazona causou hiperpolarização após 24 h de incubação, trazendo novamente as mitocôndrias como um importante alvo de citotoxicidade mediada por herbicidas. Ademais, nossos resultados demonstraram que os níveis da citocina pró-inflamatória IL-8 foram significativamente aumentados em células THP-1 incubadas com glifosato após 24 h de exposição, evidenciando o efeito do glifosato como poderoso agente de imunotoxicidade celular. O quarto manuscrito por sua vez, traz dados da imunotoxicidade celular dos herbicidas clomazona, glifosato e sulfentrazona após 96 h de incubação utilizando como modelo in vitro células de macrófagos murinos RAW 264.7. Foi observado um aumento de radicais livres após incubação com os herbicidas clomazona e sulfentrazona em células RAW 264.7. Nossos resultados sugerem que os agrotóxicos imidacloprido, clomazona, glifosato e sulfentrazona induzem alterações no sistema imunológico por vários mecanismos, como fatores pró-inflamatórios e anti-inflamatórios e adicionalmente, evidenciamos que a mitocôndria é um dos alvos intracelulares do inseticida, bem como dos herbicidas aqui testados.