Prevalência de HIV em gestantes em hospital público de Porto Alegre : tendêcia de uma década

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Ziegler, Ângela Piccoli
Orientador(a): Sprinz, Eduardo, Ramos, Carina Guedes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/263465
Resumo: Introdução: A infecção pelo HIV continua sendo um problema de saúde pública global. A prevalência de HIV entre gestantes tem influência nas taxas de HIV entre crianças pois a transmissão do vírus da mãe para o bebê é a principal causa de infecção neste grupo etário. Porto Alegre é a capital do Brasil com a maior taxa de detecção de HIV em gestantes. Objetivo: O objetivo deste estudo é avaliar a prevalência do HIV entre parturientes atendidas em uma maternidade de Porto Alegre e descrever as características epidemiológicas dessa população, comparando gestantes com e sem infecção por este vírus. Métodos: Estudo retrospectivo de banco de dados de gestantes com parto ou aborto na maternidade do Hospital Nossa Senhora da Conceição no período de janeiro de 2011 a dezembro de 2020. Resultados: A prevalência de HIV no período do estudo foi de 2,8% (43.811 gestantes HIV negativas e 1.283 gestantes HIV positivas). Não houve diferença estatisticamente significativa nessa prevalência ao longo dos anos. A média de idade foi de 28,5 anos (DP: 6,5 anos) para as gestantes vivendo com HIV e 26,5 anos (DP: 6,5 anos) para as gestantes não infectadas pelo HIV. Em ambos os grupos houve uma tendência linear estatisticamente significativa de aumento da média de idade durante o período do estudo (p< 0,01). Embora a raça caucasiana/latina tenha sido mais frequente em ambos os grupos (72,4% nos HIV negativos e 57,4% nos HIV positivos), a proporção de outras raças foi maior no grupo HIV positivo (p < 0,001). Ambos os grupos mostraram tendência a diminuir desfechos desfavoráveis (natimortos e abortos espontâneos) ao longo dos anos do estudo (p < 0,05). Observou-se ainda uma maior proporção de cesáreas nas pacientes HIV positivas em relação às HIV negativas (p < 0,001). Conclusão: A prevalência de HIV entre gestantes em Porto Alegre não mudou significativamente na última década, mas permanece em um patamar bastante elevado. Isso pode ser explicado em parte devido ao uso de medicamentos antirretrovirais por mulheres vivendo com HIV (MVHIV), o que promoveu uma redução da mortalidade e morbidade destas mulheres, levando ao aumento do número de MVHIV em idade fértil. Ao mesmo tempo, mostra que a epidemia de HIV ainda apresenta grandes lacunas em seu controle. É extremamente necessário o desenvolvimento de políticas de saúde públicas voltadas para esse grupo vulnerável.