Influência da coadministração de carvedilol e dos hormônios da tireoide sobre a sinalização apoptótica, beta-adrenérgica, inflamatória e cardioprotetora no coração pós-infarto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Ortiz, Vanessa Duarte
Orientador(a): Araújo, Alex Sander da Rosa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Bax
Akt
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/240336
Resumo: Introdução: Após o infarto agudo do miocárdio (IAM), o coração sofre o remodelamento ventricular (RV) o qual é marcado por dilatação ventricular, redução da espessura de parede, hipertrofia e disfunção cardíaca. Vários mecanismos contribuem para o RV adverso pós-infarto, como a apoptose, a inflamação e a estimulação sustentada dos receptores beta1-adrenérgicos (β1-AR). Entretanto, vias de sinalização de proteínas, como a Akt e o fator induzido por hipóxia 1-alfa (HIF-1α), contribuem para a cardioproteção. Nesse contexto, torna-se fundamental o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas para o IAM, como a coadministração de carvedilol e dos hormônios da tireoide (HT), que visam melhorar a homeostase celular no coração pós-infarto. Objetivos: Analisar a influência da coadministração de carvedilol e dos HT sobre a sinalização apoptótica, beta-adrenérgica, inflamatória e cardioprotetora no coração pós-IAM, bem como sobre a hemodinâmica cardíaca e as alterações estruturais envolvidas no RV adverso. Metodologia: Ratos Wistar machos foram alocados em cinco grupos (n = 7/grupo): grupo sham (SHAM), grupo infartado (IM), grupo infartado tratado com carvedilol (IM+C), grupo infartado tratado com HT (IM+HT) e grupo infartado cotratado com carvedilol e HT (IM+C+HT). Todos os animais receberam seus respectivos tratamentos por gavagem durante 12 dias. Ao final do tratamento, os animais passaram pela análise ecocardiográfica e, posteriormente, pela análise hemodinâmica. Ao fim desta análise, os animais foram eutanasiados e o ventrículo esquerdo (VE) coletado para análises morfométricas e de Western blot. O pulmão e fígado foram coletados para análises de congestão pulmonar e congestão hepática, respectivamente. Análise estatística: teste ANOVA de uma via, seguido pelo pós-teste Student-Newman-Keuls (dados paramétricos); teste de Kruskal-Wallis, seguido pelo pós-teste de Dunn (dados não-paramétricos). Resultados: Todos os grupos infartados apresentaram dilatação ventricular em relação ao grupo SHAM. Apenas o grupo IM apresentou perda da espessura da parede posterior sistólica, aumento do índice de tensão de parede, elevação do peptídeo natriurético atrial, redução da pressão sistólica do VE e do índice de contratilidade e aumento da pressão diastólica do VE comparado ao grupo SHAM. Já os grupos IM+C, IM+HT e IM+C+TH não apresentaram alteração desses parâmetros em relação ao grupo SHAM. O grupo IM+HT apresentou aumento do β1-AR em comparação aos grupos IM e IM+C, enquanto o grupo IM+C+HT revelou redução do β1-AR em relação aos grupos SHAM e IM+HT. Os grupos IM+HT e IM+C+HT revelaram redução da Bax, aumento da Akt, redução das proteínas inflamatórias MyD88 e NLRP3 e aumento do HIF-1αe da isoforma alfa do receptor dos HT (TRα). Conclusão: No grupo infartado cotratado, os HT foram responsáveis por diminuir a sinalização apoptótica e inflamatória e por aumentar a expressão de proteínas cardioprotetoras; enquanto o carvedilol parece ter colaborado para a redução da resposta humoral simpática pós-infarto através da redução dos β1-AR. Portanto, a coadministração de carvedilol e dos HT apresentou efeitos benéficos complementares importantes para uma melhor homeostase celular no coração pós-infarto. Desta forma, tais efeitos em conjunto contribuíram para a preservação da morfologia e da hemodinâmica cardíaca verificada no grupo infartado contratado, evitando, consequentemente, o desenvolvimento do RV adverso.