Análises comportamental e morfológica da associação de exposição pré-natal à lipopolissacarídeo e asfixia intrauterina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Raimundo, Maria Augusta Timmen
Orientador(a): Marcuzzo, Simone
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/134855
Resumo: A exposição do encéfalo imaturo a uma infecção maternal e asfixia perinatal podem predispor ao desenvolvimento da paralisia cerebral (PC) em humanos. A indução desses eventos lesivos isoladamente em roedores não reproduz os déficits motores, cognitivos e morfológicos observados em crianças com PC. Assim, o presente estudo teve como objetivo verificar se a associação desses eventos, inflamação pré-natal por lipopolissacarídeo (LPS) e asfixia intrauterina, produz um fenótipo mais semelhante ao da PC em ratos. Injeções de LPS ou de solução salina estéril foram administradas por via intraperitoneal em ratas prenhas entre o décimo sétimo e vigésimo primeiro dia gestacional. No vigésimo segundo dia de gestação, o procedimento de asfixia intrauterina foi realizado em parte dos animais. Assim, os filhotes foram divididos em quatro grupos: Controle (CT), Asfixia (A), LPS e LPSAsfixia (LA). A partir do terceiro dia pós-natal (P3) até o P14, os filhotes foram avaliados quanto ao desenvolvimento neuromotorneonatal utilizando a avaliação da aquisição de marcos do desenvolvimento. No P29, a função motora e cognitiva desses animais foi observada no rotarod, no grip test e no teste de reconhecimento do objeto reposicionado. Os filhotes foram submetidos à eutanásia no P30 para a obtenção de amostras encefálicas A imunorreatividade para proteína básica de mielina no estriado, e para caspase-3 e sinaptofisina na região hipocampal do giro denteado foi analisada. Os animais dos grupos LPS e A apresentaram menor ganho de peso corporal quando comparados ao controle. O fator LPS sozinho ou em associação com a asfixia retardou o desenvolvimento da resposta auditiva de sobressalto e proprioceptiva de colocação do membro posterior, mas acelerou a resposta de preensão do membro anterior. Nenhum dos grupos apresentou déficits nos testes motores e no teste de reconhecimento do objeto reposicionado. Não houve diferença significativa na imunorreatividade para proteína básica da mielina no estriado em nenhum dos grupos estudados. Nos grupos LPS e LA houve uma redução na expressão de sinaptofisina no giro denteado,a qual foi associada a um aumento na expressão de caspase-3 nesta mesma região no grupo LA. Apesar de ter causado danos e uma redução na atividade sináptica hipocampal, o modelo experimental avaliado neste estudo não alterou o desenvolvimento neuromotorneonatal dos animais e não afetou as funções motoras e cognitivas avaliadas. Desta forma, a associação da inflamação pré-natal e asfixia intra-uterinautilizadas nesse estudo, não foram capazes de reproduzir características comportamentais e/ou defictis funcionais encontrados em modelos de PC em ratos.