“Ali onde está o assombro” : desmarginação e criação literária na tetralogia de Elena Ferrante

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Dantas, Tatianne Santos
Orientador(a): Moschen, Simone Zanon
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/194381
Resumo: Esta dissertação relaciona os caminhos da criação literária à noção de desmarginação, cunhada por Elena Ferrante, na tetralogia napolitana. A desmarginação é um neologismo inventado por uma das personagens principais desse romance com o intuito de nomear uma sensação que experimenta, mais de uma vez, de perder as margens, de dissolver as fronteiras entre si e seu entorno. Essa experiência indica um processo que propomos estar em causa na criação literária o que permite a esse estudo destacar a desmarginação como um operador conceitual que decanta da ficção de Ferrante, especialmente quando a fazemos conversar com Maurice Blanchot, nos livros A parte do fogo, O espaço literário e O livro por vir. Na história da série napolitana, a narradora Elena Greco começa a escrever os livros que temos em mãos como uma forma de criar um lugar simbólico para o vazio deixado por sua melhor amiga, Lila Cerullo, que desapareceu sem deixar vestígios. Na rememoração da vida que as duas tiveram juntas, acompanhamos alguns acontecimentos que testemunham o processo de tornar-se de escritora de Elena como um desdobramento do que restou inassimilável da relação com a amiga. Junto com Blanchot, a psicanálise nos ajuda a olhar para as nuances dessa relação e abre o caminho para pensarmos a personagem Lila como localização da desmarginação, um movimento que propomos inerente à literatura, com a qual quem escreve precisa, em algum momento, se encontrar.