Cultura organotípica hipocampal de ratos Wistar Kyoto : perfil celular e efeito da guanosina sobre a captação de glutamato

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Bifi, Felippo
Orientador(a): Souza, Diogo Onofre Gomes de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/248671
Resumo: A cultura de células primárias in vitro é uma técnica bem estabelecida e utilizada por diversos grupos de pesquisa por todo o mundo. Nesta metodologia, pode-se compreender a forma que diferentes células, como neurônios, glia ou mesmo células do sistema periférico, se comportam frente a diferentes insultos ou mesmo no estudo de drogas ou fármacos em um ambiente isolado. Contudo, culturas de células primárias não refletem de forma fiel como o tecido original se comporta devido à falta de contato com outros tipos celulares. Na tentativa de superar este desafio, culturas tridimensionais foram desenvolvidas com o intuito de serem um modelo intermediário entre culturas de células primárias e experimentos in vivo. Dentre elas, a técnica da cultura organotípica mantém todos tipos celulares presentes no tecido, preserva a citoarquitetura tridimensional original bem como a comunicação entre estas células. Culturas organotípicas podem ser realizadas a partir de explante de tecido periférico, mas é no sistema nervoso central que há um maior interesse e investigação pela tentativa de melhor compreender mecanismos celulares de diferentes regiões cerebrais, entre elas, o hipocampo, devido a sua importância na consolidação da memória e aprendizado. Assim sendo, esta metodologia oferece possibilidades de estudo da fisiopatologia de diferentes modelos de doenças cerebrais e, para além disso, a cultura organotípica também nos permite a investigação de substâncias ou fármacos com potencial efeito neuroprotetor. Porém, mesmo com a infinidade de trabalhos utilizando esta técnica para fins de estudos de neurodegeneração/neuroproteção, pouco se sabe como células neuronais e gliais se apresentam durante o desenvolvimento e amadurecimento do hipocampo em cultura, sendo este então, o objetivo da presente dissertação. Além disso, nos propusemos a investigar a viabilidade celular e o efeito da guanosina sobre a captação de glutamato nas culturas. Com isso, entre outros resultados, este trabalho demonstrou que as fatias organotípicas hipocampais de ratos Wistar Kyoto neonatos machos e fêmeas possuem uma viabilidade duradoura (28 dias) em cultura por não captarem iodeto de propídeo e também possuem mitocôndrias viáveis e funcionais demonstradas através de marcadores específicos. Quanto ao perfil celular destas fatias foi observado, através de citometria de fluxo, uma diminuição de células marcadas para as proteínas NeuN (neurônios) e GFAP (astrócitos) em machos após 28 dias de cultura, porém sem haver alteração na relação destas células (NeuN+/GFAP+) nos dias 1 e 28 de cultura. Verificamos um possível indicador de reatividade astrocitária foi observado através do aumento da complexidade das células que expressam GFAP para machos e fêmeas em cultura. Quanto à captação de glutamato, verificamos, em machos, que a adição de guanosina foi capaz de prevenir a diminuição da captação no 28º dia de cultura, indicando um potencial efeito neuroprotetor via atenuação de potencial excitotoxicidade glutamatérgica. Assim sendo, mais resultados são necessários para elucidação de algumas hipóteses apresentadas neste trabalho, mas, de antemão, podemos concluir que a cultura organotípica é uma excelente ferramenta in vitro para estudarmos diferentes regiões cerebrais e suas vias de sinalização em diversos modelos de intervenções in vivo (exercício, dieta, entre outras) e in vitro, incluindo estratégias neuroprotetoras frente a modelos de injúria cerebral.