Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Vieira, Martha Barcellos |
Orientador(a): |
Passerino, Liliana Maria |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/188191
|
Resumo: |
Uma das maiores dificuldades da criança com TEA está na capacidade de vivenciar a reciprocidade contida nas interações, declarada pelo contato ocular, pelo sorriso responsivo e pela comunicação, verbal ou não verbal, ou seja, na capacidade de compartilhar estados afetivos subjetivos. Apenas quando a criança torna-se capaz de compartilhar o seu foco de atenção e estados afetivos subjetivos com as pessoas através da atenção compartilhada é que se torna capaz de dar significado aos eventos e objetos do mundo e de compartilhar das normas e convenções de seu meio social. O objetivo desta pesquisa foi investigar os estados afetivos de alegria e frustração que emergem na interação do sujeito com TEA quando inserido em um contexto de contação de histórias a partir das mesas tangíveis. De cunho qualitativo, sob à luz da teoria sócio-histórica, apoiada em estudo de caso construído a partir de dois sujeitos com TEA, a pesquisa compreendeu três etapas: (i) o desenvolvimento de ambiente de aprendizagem baseado em mesa tangível que contemplou a construção de uma mesa tangível, a seleção da história infantil, a confecção manual dos objetos concretos e a programação da aplicação para a mesa; (ii) a identificação do perfil dos participantes que contemplou instrumentos de coleta de dados (Matriz de Comunicação, Protocolo de Observação Comportamental e Entrevista Semi-Estruturada); (iii) a intervenção que consistiu da utilização dos recursos tecnológicos desenvolvidos para atender o propósito da pesquisa e de ações mediadoras planejadas e fundamentadas. Déficits significativos na linguagem e na comunicação trazem prejuízos à interação social. Associado a estes déficits, sujeitos com TEA possuem uma dificuldade clinicamente significativa de compreensão, percepção, expressão e regulação das emoções. A literatura acadêmica tem mostrado que a contação de histórias traz muitos benefícios à criança como desenvolvimento da criatividade, manipulações simbólicas e conceitos abstratos, aquisição de novas competências sociais e a melhoria de comportamentos sociais já existentes. Congregando esforços no desenvolvimento de formas e tecnologias que possam enriquecer o processo de criar e contar histórias e promover a aprendizagem, as mesas tangíveis dão forma física à informação digital, empregando artefatos físicos que, quando manipulados, funcionam como representações físicas da informação digital. O uso de materiais tangíveis estimula os múltiplos sentidos e o desenvolvimento de funções cognitivas, bem como habilidades de percepção. Indubitável a compreensão positiva a respeito do uso da mesa tangível com sujeito com TEA. A mesa cumpriu com o seu objetivo pedagógico, ou seja, possibilitar ao sujeito escutar, visualizar e experimentar. Como resultados de pesquisa, constatou-se que pensamento e mudança corporal são dois elementos básicos dos estados afetivos de alegria e frustração, amalgamados com a apropriação da linguagem e a formação de conceitos. Considera-se a alegria e a frustração, propriedades da natureza humana. Ambas possuem origem social. Alegria pode ser entendida como uma emoção cotidiana de curta duração que fortalece os laços sociais e sua expressão é um sinal de interação. Compreende-se a frustração como a violação de expectativas positivas. A alegria esteve acompanhada por expressões faciais, como sorriso e gritos leves, bem como movimentos corporais, como saltar e bater palmas. Algumas vezes, essas expressões e movimentos manifestaram-se de forma clara e definida, outras vezes, constatadas em raros episódios que evocaram frustração, sob contraturas musculares e posturas corporais tensionadas. Alegria e satisfação ao longo das intervenções foram mais evidentes que frustração. |