Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Serrano, Thaiane Rispoli |
Orientador(a): |
Rossetti, Maria Lucia Rosa |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/257920
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Resumo: |
A fibrose cística (FC) é uma doença genética autossômica recessiva com grande espectro de variabilidade clínica e mais de 2.000 variantes descritas. Afeta células epiteliais de diversos órgãos como pulmões, intestino, pâncreas, fígado, sistema reprodutivo e glândulas sudoríparas exócrinas. Este distúrbio é causado pelo funcionamento anormal da proteína Regulador da Condutância Transmembrana da Fibrose Cística (CFTR). Abordagens multifatoriais vêm aumentando a sobrevida de pacientes com FC, e nos recentes anos, o desenvolvimento de modernos medicamentos moduladores da CFTR tem realizado a transição da abordagem terapêutica profilática e sintomática para uma nova era da medicina de precisão, em que o medicamento visa a alteração básica da proteína CFTR de acordo com o genótipo do paciente, corrigindo a síntese, o tráfego ou a função da proteína que está sendo afetada. Com o tempo, estes fármacos tornam-se custo acessíveis, e para tornar viável a sua prescrição, além da aplicação de outras abordagens precisas conforme o genótipo do indivíduo, é fundamental que o paciente tenha o conhecimento da variante causadora da sua doença. Esta informação valiosa o acompanhará ao longo de sua vida, melhorando seu prognóstico. Em complemento, é necessário identificar e estudar as variantes e seus mecanismos moleculares. Modelos in silico são ferramentas úteis para prever o grau de patogenicidade de variantes incertas, auxiliando a elucidar a alteração da proteína a nível estrutural. Além disso, ferramentas de biologia de sistemas são essenciais para compreensão dos impactos das variantes em nível sistêmico. Três estudos foram realizados visando contribuir nesta temática. Em um primeiro estudo, objetivou-se padronizar um método custo- efetivo de extensão de base única para ampliação da cobertura de detecção do sistema de saúde pública do estado do Rio Grande do Sul, das atuais 12 para 37 variantes no gene CFTR. Em um segundo estudo, identificou-se uma nova variante causadora de defeito no gene CFTR, e previu-se sua patogenicidade empregando análise computacional. Por último, uma análise in silico, por biologia de sistemas, avaliou o perfil da expressão gênica em tecido brônquico e retal de indivíduos com FC (p.Phe508del homozigoto) e indivíduos controle. Os resultados do método de extensão de base única foram a ampliação da cobertura no diagnóstico molecular, com detecção de 93,01% dos alelos mutados conhecidos para FC na população brasileira. A nova variante encontrada (S511Lfs*2) é do tipo frameshift, e de acordo com o modelo in silico, de alta patogenicidade, associada a nenhuma síntese da proteína CFTR. Por fim, os estudos de biologia de sistemas nos epitélios brônquico e retal evidenciaram mecanismos que conduzem ao fenótipo da doença, por ontologias em comum entre os dois tecidos, mas também ontologias específicas. Todos estes estudos visam contribuir para uma melhor abordagem terapêutica, melhor qualidade de vida e um melhor prognóstico dos pacientes fibrocísticos. |