Efeito dos diferentes equipamentos para laringoscopia e intubação traqueal sobre os movimentos angulares da coluna cervical em pacientes adultos anestesiados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Correa, Jaqueline Betina Broenstrup
Orientador(a): Friedman, Gilberto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/196836
Resumo: Pacientes com trauma agudo ou doenças crônicas da coluna cervical devem ter sua via aérea manejada com cuidado devido ao risco de piora do dano neurológico. A laringoscopia e a intubação com a lâmina Macintosh determinam movimentos de extensão e flexão das vértebras cervicais. Novos equipamentos que permitem a visão indireta da glote podem minimizar esses movimentos. No entanto, não há consenso sobre a superioridade de qualquer um deles nesse cenário. A presente tese revisa a literatura a respeito do manejo da via aérea de pacientes em risco de compressão medular, e apresenta dois estudos que buscam esclarecer qual ou quais equipamentos associam-se ao menor movimento da coluna cervical durante a intubação traqueal. A revisão da literatura mostra que o manejo da via aérea de pacientes em risco de dano medular deve ser feito com imobilização cervical e movimentação angular mínima. O primeiro estudo é uma análise radiológica dos movimentos angulares cervicais durante a laringoscopia e a intubação orotraqueal com o TruviewEvo2® em uma série de casos de pacientes adultos anestesiados. O estudo mostrou que, embora tivessem sido usadas manobras protetoras do movimento cervical (decúbito dorsal sem coxim e imobilização manual da cabeça e do pescoço) houve movimento cervical de C1 a C5 durante a laringoscopia e a intubação orotraqueal com o TruviewEvo2®. O segundo estudo é uma revisão sistemática com metanálise de estudos que mediram os ângulos cervicais durante a laringoscopia e a intubação de pacientes adultos, com dois ou mais equipamentos, através de exame radiológico. Através da revisão sistemática podemos concluir que todos os equipamentos estudados determinam movimento cervical, embora alguns causem menos movimento do que o Macintosh. Os resultados da metanálise mostram que o movimento da coluna cervical é menor durante a laringoscopia com o AirwayScope® vs Macintosh ao nível de C1-C2 e C3-C4, e durante a passagem da Máscara Laríngea de Intubação vs Macintosh ao nível de C1-C2, em pacientes adultos anestesiados sem manobras de proteção da coluna. No entanto, durante a inserção do tubo traqueal através da Máscara Laríngea de Intubação, essa vantagem não é mantida. Não há diferença entre o Airtraq® e o Macintosh durante a laringoscopia ao nível de C1-C2. Os protocolos de pesquisa nesse tipo de estudo são muito diversos. Há necessidade de padronização para que mais resultados com os diferentes equipamentos possam ser comparados. Em conclusão, a despeito do significativo desenvolvimento tecnológico no campo da instrumentação da via aérea, persistem as dúvidas sobre o melhor equipamento para a intubação orotraqueal de pacientes com trauma cervical. A falta de esclarecimentos dá-se principalmente pelas limitações metodológicas dos estudos existentes e da dificuldade de agrupá-los para metanálise. Assim, considerando que a laringoscopia é apenas um meio para chegar à intubação da traqueia, e não um fim em si, enquanto aguardamos mais e melhores níveis de evidência, recomendamos o uso judicioso do AirwayScope® e da Máscara Laríngea de Intubação, especialmente quando o fibrobroncoscópio e a cricotireoidotomia não forem opções disponíveis ou indicadas.