Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1998 |
Autor(a) principal: |
Diercks, Margarita Silva |
Orientador(a): |
Andreola, Balduino Antônio |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/256173
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Resumo: |
SABER CIENTÍFICO E SABER POPULAR EM SAUDB: a construção do conhecimento na elaboração de cartilhas de educação em saúde com participação popular. Neste estudo proponho discutir duas formas de saber (o científico e o popular), que são a base do processo de conhecimento para a elaboração de cartilhas de educação em saúde. Este processo contou com a participação das mulheres da Vila Jardim, bairro da zona norte de Porto Alegre. Iniciou através dos diálogos mantidos sobre anticoncepção, como uma primeira aproximação do pensar das mulheres, e, ao mesmo tempo, confrontando-o com o meu saber e dos técnicos do posto a respeito do tema. Este processo de encontros e desencontros dos dois saberes tentarão ser sintetizados dialeticamente, através de uma cartilha de educação em saúde. Este estudo é uma pesquisa qualitativa, de natureza participante, que se caracteriza pela sua intenção de desalienação do cotidiano, como por sua proposta educativa. Quanto a elaboração do texto da dissertação tentarei seguir o método dialético de análise da realidade. Iniciarei, descrevendo e tentado entender os moradores da Vila Jardim, especialmente as mulheres. Este entendimento se dará através de um assunto que foi escolhido como fio condutor deste processo que são as inúmeras conversas que eu já tive e tenho, com estas mulheres, sobre anticoncepção. Assim na primeira parte desta dissertação como singular o cotidiano, o dia-a-dia, o senso comum, o primeiro olhar, o empírico, o imediato a casualidade. Neste mesmo capítulo, tentarei ver como as cartilhas educativas sobre anticoncepção abordam este fenômeno. Quais são as características fundamentais deste material educativo e qual referencial teórico metodológico que elas seguem. Na segunda parte desta dissertação irei me aprofundando na critica sobre as cartilhas educativas, ao mesmo tempo que o assunto anticoncepção vai sendo problematizado. Assim, outros elementos entrarão nesta discussão como papel sexual, escolha do método, educação das crianças, aspectos culturais, para assim através de aproximações sucessivas, irmos construindo um processo d conhecimento que inclua criticamente o saber técnico e o saber da população. Nesta etapa vários autores tentarão iluminar esta caminhada. Entre os quais destaco Freire, Gramsci, Maia, Goldman, e Habermas. Tentarei, também neste capitulo, fazer uma discussão crítica da categoria mundo vivido usada tanto em Freire como Habermas. A terceira e última parte, começa com um diálogo que seria a síntese desta dissertação. Um diálogo que não aconteceu de uma vez, numa reunião ou encontro, mas foi um somatório de aproximações e desencontros que fez que tivesse como resultado uma cartilha que compreenda os elementos fundamentais do saber da população e, ao mesmo tempo, inclui as contribuições que os técnicos dão neste processo, difícil, mas que tenta, na sua essência que o respeito pela singularidade, seja o caminho para a construção de um conhecimento democrático, justo e solidário. Podemos, assim concluir, que as cartilhas de educação em saúde disponíveis analisadas não partem da realidade dos usuários, são fragmentadas, já que não permitem ver a totalidade do problema abordado, elas não dialogam, mas também não informam, reproduzem o saber científico como sendo o único verdadeiro e evidenciam uma clara tendência pedagógica tradicional(positivista). Diante destas conclusões sugerimos a elaboração de cartilhas educativas dialógicas onde a participação da população é essencial para a elaboração do material educativo já que esta participação já faz parte do processo de construção do conhecimento. Esta metodologia educativa participativa nos permitirá a superação da fragmentação do cotidiano, ver a realidade na sua totalidade, partir do senso comum dos participantes, e ao mesmo tempo não negaremos o conhecimento científico mas, o que é mais importante, problematizaremos ambos saberes. |