Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Xavier, Alice Castro Menezes |
Orientador(a): |
Dreher, Carolina Blaya |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/266434
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Resumo: |
Introdução: O Transtorno de Escoriação (TE) afeta até 3,1% da população, mas menos da metade dos pacientes é diagnosticada corretamente. Até esse momento, não há medicação aprovada para tratamento do TE e o tratamento de primeira linha é a Terapia Cognitivo-comportamental (TCC), embora apenas 20% dos pacientes tenham acesso a essa intervenção. A pandemia da COVID-19 expandiu o uso da Telepsiquiatria e mostrou que essa ferramenta é bem aceita por pacientes e profissionais, sendo tão eficaz quanto o tratamento presencial para diversos transtornos mentais. Os objetivos desse trabalho são adaptar uma escala de avaliação do TE para auxiliar na acurácia do diagnóstico do transtorno e desenvolver uma ferramenta digital com materiais de psicoeducação e com um protocolo de TCC online autoaplicada para tratar TE. Métodos: Trata-se de um ensaio clínico randomizado, cegado e controlado que incluiu adultos brasileiros com diagnóstico primário de TE. Para validar a escala Skin Picking Scale-Revised (SPS-R) e avaliar a sintomatologia antes e após a intervenção foram aplicadas as escalas: SPS-R, Índice de Qualidade de Vida em Dermatologia (DLQI), Generalized Anxiety Disorder-7 (GAD-7) e Questionário de Saúde do Paciente-9 (PHQ-9). A análise fatorial confirmatória (CFA) foi realizada para validar a SPS-R e a correlação de Pearson (r) foi usada para avaliar a relação entre os instrumentos. As intervenções testadas foram 4 sessões de TCC online (plataforma SOSkin®) ou controle ativo. As escalas foram aplicadas antes, durante, no final, 1 mês após e 3 meses após as intervenções. A avaliação da eficácia das intervenções foi realizada pelo modelo de equações estimadas generalizadas (GEE). A usabilidade do SOSkin® foi avaliada por meio da Escala de Usabilidade do Sistema (SUS). Resultados: No total 163 pacientes foram incluídos. A SPS-R demonstrou boa consistência interna (coeficiente de Cronbach=0,84). A CFA encontrou um bom ajuste ao modelo de acordo com todos os índices e se correlacionou com a DLQI (r = 0,73), a GAD-7 (r = 0,51) e a PHQ-9 (r = 0,43). A amostra apresentou alta prevalência de transtornos psiquiátricos, principalmente transtorno de ansiedade generalizada (62,1%) e episódio depressivo atual (32,3%) e passado (37,1%). Em relação à eficácia do SOSkin®, não houve diferença entre os grupos TCC e controle nas taxas de adesão (66,3% vs. 80,7%, p=0,055). O SOSkin® mostrou excelente usabilidade (SUS=82,5). Os pacientes melhoraram significativamente após as intervenções e a TCC foi superior ao controle na melhora da SPS-R (tamanho do efeito de g=0,87), DLQI (g=1,05) e sintomas de ansiedade (g=0,27). A melhora da SPS-R foi mantida após 3 meses de acompanhamento (g=0,73). A taxa de remissão foi maior com TCC em comparação com o controle: 25,4% vs. 9,1% após a intervenção (p= 0,01) e 48% vs. 19,4% no acompanhamento de 3 meses (p=0,04). Conclusão: A SPS-R é válida para uso na população brasileira. Pacientes com TE apresentam alta comorbidade com transtornos depressivos e ansiosos e a gravidade do TE está diretamente relacionada com a gravidade da depressão, da ansiedade e do prejuízo na qualidade de vida. A SOSkin® é uma intervenção fácil de usar e eficaz para tratar o TE, melhorando a gravidade e o impacto desta condição, bem como a qualidade de vida dos pacientes de forma sustentada após 3 meses de acompanhamento. |