Florística e biomassa da vegetação de campos sazonalmente inundáveis do Pantanal de Mato Grosso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Fernando Henrique Barbosa da
Orientador(a): Overbeck, Gerhard Ernst
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/248426
Resumo: As comunidades campestres sazonalmente inundadas no Pantanal ainda são pouco conhecidos em termos da distribuição da sua biodiversidade e processos ecológicos que as determinam. Para contribuir com o conhecimento destas comunidades que são parte do principal tipo de vegetação na região, quantificamos a estrutura, diversidade, composição de espécies, biomassa vegetal e a influência de preditores geomorfológicos, hidrológicos, edáficos e espaciais em comunidades campestres. Nossos objetivos foram: (1) compreender a dinâmica da estrutura da comunidade herbácea e dos tipos funcionais das plantas em diferentes períodos hidrológicos, (2) entender a influência de preditores ambientais e espaciais na composição de espécies e componentes de diversidade beta, e, (3) entender os padrões de alocação de biomassa em compartimentos de vegetação em grande escala espacial. A região de estudo constitui os limites do megaleque do rio Cuiabá, ao norte do Pantanal. Distribuímos 37 áreas amostrais nos 3 principais tipos de campos na região: (a) campo de murundu com inundação de algumas semanas até 1 mês, (b) campo rabo-de-burro com inundação de até 3 meses, e (c) campo limpo com inundação de até 6 meses. Quantificamos a estrutura das comunidades herbácea e lenhosa em, respectivamente, parcelas de 1m2 e 400m2. Quantificamos a biomassa herbácea aérea e o acúmulo de serapilheira por meio de, respectivamente, corte e remoção superficial. Utilizamos um modelo alométrico para quantificar a biomassa lenhosa aérea e coletores de aço inoxidável para obter amostras de solo e quantificar a matéria total abaixo do solo. Quantificamos a profundidade de inundação e a textura do solo em campo e utilizamos a ocorrência dos sítios de amostragem nos compartimentos geomorfológicos do megaleque do Rio Cuiabá como preditores ambientais e as coordenadas geográficas gerou preditores espaciais. Identificamos a influência do pulso de inundação (i.e., macrohabitats, períodos hidrológicos ou profundidade de inundação) na: (1) dinâmica dos tipos funcionais (ou seja, tipo de banco de gemas, via fotossintética, ciclo de vida) entre a fase terrestre e aquática; (2) estrutura das comunidades devido à relevância da substituição (i.e., turnover) das espécies para a diversidade beta em ambos os hidroperíodos e à importância do aninhamento (i.e., nestedness) durante a fase aquática; e (3) e alocação de biomassa, que tende a ser maior no compartimento subterrâneo e acumulada na superfície do solo, até 5 cm de profundidade. Nossos resultados contribuem para a lacuna de dados que existe para sistemas de campos e áreas úmidas quando comparados às florestas. Reforçamos a vulnerabilidade desses campos a distúrbios que impactam o solo, pois estes abrigam grande diversidade de órgãos de bancos de gemas e um grande estoque de biomassa subterrânea, seja matéria orgânica ou raízes.