Integração financeira, vulnerabilidade externa e crescimento econômico : evidências para economias emergentes e em desenvolvimento pós-1990

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Peres, Samuel Costa
Orientador(a): Cunha, Andre Moreira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/193358
Resumo: A despeito das posições mais cautelosas que emergiram recentemente após a crise financeira global de 2007-2009 e pela própria ausência de evidências empíricas definitivas sobre os benefícios da integração financeira ao crescimento econômico ─ particularmente para as economias emergentes e em desenvolvimento (EEDs) ─, argumenta-se na literatura que tampouco há provas de que ela seja prejudicial, nem de que esteja diretamente associada a uma maior incidência de crises. Por consequência, permanece a orientação em direção ao aprofundamento da integração financeira, desde que observados certos pré-requisitos institucionais e de políticas. Alternativamente, esta tese parte da hipótese de que o que importa para o crescimento econômico deve-se muito menos ao grau quantitativo de integração ou abertura financeira per se, e muito mais ao perfil ou qualidade dessa integração. Posto isso, o objetivo desta tese é avaliar as implicações de distintos perfis de integração financeira das EEDs em termos de vulnerabilidade externa e crescimento econômico a partir dos anos 1990. Pretende-se esclarecer as seguintes questões principais: para além dos tradicionais pré-requisitos, os efeitos da integração financeira no crescimento econômico dependem de aspectos associados à vulnerabilidade externa e ao perfil de integração das EEDs? Choques externos de ordem financeira afetam o crescimento de longo prazo dessas economias, e esses efeitos são distintos conforme o perfil de integração? Em suma, a análise empírica evidenciou que, no período 1992-2016, se a maior integração financeira foi capaz de estimular o crescimento nas EEDs da amostra, mais do que pela existência de pré-requisitos institucionais e de políticas frequentemente apontados, esse estímulo foi condicionado pelo perfil de integração dessas economias. Ou seja, aquelas que conseguiram se integrar à economia global sob um perfil financeiro de maior qualidade (mais equilibrado) experimentaram algum estímulo ao crescimento, enquanto os efeitos da integração financeira foram prejudiciais para aquelas sob um perfil de menor qualidade (mais dependente e vulnerável). Nestas últimas, a trajetória de crescimento demonstrou ser relativamente mais afetada por choques financeiros externos, embora choques mais sistêmicos também tenham impactado as primeiras. De fato, os dados demonstram que as EEDs integradas sob um perfil mais equilibrado apresentaram, na média do período, maiores taxas de crescimento econômico e de investimento, menor volatilidade em ambas as taxas, além de menor volatilidade das taxas de câmbio e de juros, e menor taxa de juros real.