Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Perosa, Fernanda Felicetti |
Orientador(a): |
Panziera, Welden |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/256586
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Resumo: |
O objetivo do presente trabalho foi relatar a intoxicação natural e experimental de bovinos por Melanthera latifolia (Asteraceae), uma nova planta hepatotóxica aguda. Um surto de doença clínica e morte aguda ocorreu em uma fazenda no estado do Rio Grande do Sul, entre dezembro de 2021 a janeiro de 2022. Os sinais clínicos eram caracterizados por apatia, anorexia, sialorreia, bruxismo, mioclonias, dor abdominal, agressividade, posição de cavalete, balançar de cabeça e pressão da cabeça contra objetos. Alterações de bioquímica sérica em três bovinos doentes incluíam aumento das enzimas hepáticas AST e GGT e aumento da concentração de bilirrubina total. Na necropsia as lesões consistiam de evidenciação do padrão lobular do fígado, edema de parede de vesícula biliar e hemorragias no tecido subcutâneo, epicárdio, endocárdio, omento, mesentério e serosa de múltiplos órgãos. A principal lesão microscópica era necrose hepatocelular na região centrolobular, associada a hemorragia e infiltrado de neutrófilos. Do lote inicial de 430 bovinos, 96 adoeceram e 94 morreram (morbidade, mortalidade e letalidade de 22,3%, 21,9% e 97,9%, respectivamente). Durante o surto, inúmeros exemplares de M. latifolia foram vistos nos piquetes, muitos com evidentes sinais de consumo pelos animais. Não foram encontradas outras plantas hepatotóxicas conhecidas. Assim, suspeitou-se que M. latifolia era responsável pela mortalidade dos animais e a intoxicação experimental foi realizada em dois bovinos para confirmação diagnóstica. Os bovinos, ambos machos, cruza de raças de corte e com 12 meses de idade, receberam uma dose única oral de 10 e 15 g/kg da planta fresca (flores, folhas e caules menos fibrosos) e iniciaram sinais clínicos 24 e 12 horas após a ingestão, respectivamente. Os sinais clínicos foram caracterizados por apatia, anorexia, sialorreia e decúbito em ambos bovinos, além de mioclonias, arreflexia, posição de cavalete, opistótono e convulsões no animal que recebeu a maior dose. Ainda, ambos bovinos apresentaram aumentos significativos de AST e bilirrubina indireta. Na necropsia e histopatologia de ambos bovinos, a principal alteração consistia em necrose hepática centrolobular. Os sinais clínicos, alterações bioquímicas e lesões macroscópicas e microscópicas foram similares ao observado nos casos de intoxicação espontânea. O presente trabalho descreve uma nova planta hepatotóxica aguda em bovinos, com comprovação experimental, a qual deve ser considerada no diagnóstico diferencial de causas de hepatotoxicidade aguda em bovinos. |