Willing and wanting : a volitionalist account of motivation

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Vogelmann, Rafael Graebin
Orientador(a): Klaudat, André Nilo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/222941
Resumo: O objetivo desse trabalho é motivar e defender a tese de que a vontade é a fonte de nossas ações. De acordo com o modelo volicionalista que defenderei, nós somos dotados de vontade, uma capacidade de tomar decisões. Quando agimos intencionalmente e por uma razão, a atividade da vontade é parte da etiologia da ação. Isto é, parte do que explica a ação é o fato de que o agente exercitou sua vontade de maneira a decidir agir à luz de certa consideração. Ademais, de acordo com esse modelo, a atividade da vontade não pode ser reduzida às operações de desejos ou juízos normativos. O agente, por meio de sua vontade, desempenha um papel irredutível na produção de suas ações. Minha defesa desse modelo emerge gradualmente da crítica de modelos alternativos. Em primeiro lugar, eu rejeito a ideia de que somos movidos por desejos compreendidos como forças motivacionais. Eu argumento que essa ideia é incompatível com a existência de casos de incentivos múltiplos (isto é, casos nos quais o agente tem mais de um incentivo para agir mas nos quais seu motivo corresponde a apenas um desses incentivos). Para dar conta de tais casos, nós temos que atribuir a agentes a capacidade de determinar ativamente os objetivos visados por suas ações. Essa capacidade é a vontade do agente. Em segundo lugar, eu sustento que casos de incentivos múltiplos mostram que a vontade não pode ser compreendida como a capacidade de identificar razões para ação e pesá-las de modo a chegar a um veredicto normativo sobre o que devemos fazer. Antes, devemos conceber a vontade como razão prática, entendida como a capacidade de se engajar em episódios de raciocínio que concluem não em juízos normativos mas em intenções. Após argumentar em favor da concepção da vontade como razão prática, me volto para o modelo padrão da ação, segundo o qual nossas ações são causadas por pares desejo-crença. Sustento que uma vez que recusamos a noção de forças motivacionais, desejos (no sentido amplo que defensores do modelo padrão usam o termo) apenas podem ser compreendidos como disposições para decidir agir à luz de certas considerações e que, consequentemente, o modelo padrão colapsa no modelo volicionalista. Isso encerra minha defesa da tese de que nós não somos movidos por nossos desejos, mas antes determinamos nosso próprio comportamento por meio do exercício da nossa vontade. Por fim, argumento que devemos compreender a vontade não como a capacidade de decidir à luz de nossas crenças, mas antes como a capacidade de decidir à luz de fatos – uma capacidade que não é perfeitamente exercitada quando decidimos agir à luz de uma crença (mesmo que verdadeira).