Doenças crônicas e status de dependência funcional em idosos brasileiros : estudo de base populacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Reis Júnior, Wanderley Matos
Orientador(a): Goulart, Bárbara Niegia Garcia de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/259931
Resumo: A tese está constituída com base na consecução de dois manuscritos, os quais tiveram como objetivos, no primeiro, identificar a prevalência de dependência funcional em idosos brasileiros e sua associação com doenças crônicas, bem como verificar os padrões de multimorbidade, por status de dependência. E, no segundo manuscrito, identificar a prevalência de dependência funcional grave em homens e mulheres idosos brasileiros e os fatores associados. Os estudos são do tipo transversal e analítico, realizado a partir dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde, conduzida no Brasil em 2013. No primeiro estudo, o desfecho analisado foi dependência funcional leve, moderada e grave nas Atividades Básicas de Vida Diária-ABVD e Atividades Instrumentais de Vida Diária-AIVD. Enquanto no segundo estudo concentrou-se a análise de dependência funcional grave, estratificado pelo sexo. Para ambas investigações a dependência para atividades básicas da vida diária foi identificada com base no Índice de Katz, por outro lado, a dependência para as atividades instrumentais da vida diária foi aferida com base na Escala de Lawton. As associações entre desfecho e as variáveis de exposição foram verificadas a partir de estimativas brutas e ajustadas da razão de prevalência, por ponto e por intervalo de confiança de 95%, através do modelo de regressão de Poisson com variância robusta, em ambas investigações, destacando que para o segundo estudo foi respeitado modelo hierárquico. Os achados do primeiro estudo demonstram que para a dependência moderada e grave em ABVD cerca de 25% dos idosos com idade acima de 80 anos encontra-se já com alguma dificuldade moderada para a realização das ABVD; entre os dependentes graves, esses já correspondem a mais de 40%. Para AIVD as porcentagens mantêm-se elevadas, destacando-se o comprometimento de idosos com idades precoces, acumulando percentuais acima de 70% para comprometimento grave. No fator número de doenças crônicas há tendência linear para a gravidade da dependência, tanto moderada quanto grave, com valores mais elevados para a condição de gravidade nas ABVD; já para a dependência grave em AIVD esse mesmo fator mantém a tendência linear para aumento da probabilidade à medida que aumenta o número de doenças. No segundo estudo a prevalência de dependência grave para ABVD total foi de 4,8% (IC95% 4,4-5,2). Dos dependentes graves para a ABVD, 64,9% (IC95% 60,8-68,9) eram mulheres. A prevalência de dependência grave para a AIVD total foi de 15,6% (IC95% 14,9%-16,2). Dos dependentes graves para a AIVD, 69,3% (IC95% 67,1-71,4) eram mulheres. Os achados do primeiro estudo reforçam o argumento de que as doenças crônicas parecem sustentar evidências quanto a associação com a dependência funcional, com maior destaque para as doenças mentais e AVE, em situações de incapacidade grave, tanto para AIVD como ABVD. O segundo estudo destaca a importância de estratégias voltadas à manutenção da saúde e de uma vida que reduza as possibilidades de incapacidade grave, com ações de ordem preventiva, bem como de ações protagonizadas pelo sistema de saúde, de forma a atender às necessidades reais dos idosos.