Desfechos neonatais em cesarianas eletivas em um hospital privado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Rosa, Marcos Wengrover
Orientador(a): Vettorazzi, Janete
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/181085
Resumo: O Brasil é um dos países do mundo onde mais se realiza cesarianas, muitas delas são realizadas de forma eletiva em idades gestacionais diversas entre 37 e 41 semanas. Cesarianas eletivas realizada em idades gestacionais muito precoces aumentam a o risco de eventos neonatais adversos. Objetivo: Avaliar a relação entre a idade gestacional em que a cesariana eletiva foi realizada e os resultados neonatais em mulheres atendidas no setor privado de saúde. Metodologia: Estudo de coorte retrospectivo entre mulheres assistidas no setor privado de saúde do sul do Brasil, avaliando desfechos neonatais em cesarianas eletivas. No período de janeiro de 2015 a dezembro de 2016. Utilizaram-se os seguintes critérios de elegibilidade: foram incluíram gestantes primíparas e secundíparas com uma cesariana prévia, com idade gestacional entre 37 e 39 semanas (grupo I) ou ≥39 semanas (grupo II) submetidas à cesariana eletiva. Mulheres com indicações médicas para cesariana e gestantes que apresentavam comorbidades associadas foram excluídas, assim como menores de 18 anos, gestações com fetos malformados e gestantes que apresentavam rupreme. Os desfechos neonatais foram comparados entre os dois grupos de idade gestacional. Resultados: Ocorreram 8480 nascimentos de fetos vivos no Hospital Moinhos de Vento durante o período do estudo. Destes, 6542 cesarianas foram excluídos e 1938 cesarianas foram elegíveis para o presente estudo: 625 no grupo I e 1313 no grupo II. A mediana de gestações e abortamentos anteriores foram maiores 14 no grupo I (p≤0,0001 para ambos). A média de idade das mulheres nos dois grupos foi de 34 anos. Não houve variação significativa em relação à etnia, onde a média das mulheres estudadas foi de 97,8% de brancos nos dois grupos. Cerca de 72% das mulheres eram casadas ou moravam com companheiros e 26,1% do total de mulheres eram solteiras ou moravam sem companheiro em ambos os grupos. O índice de massa corporal médio em ambos os grupos foi de 28,7kg / m2. A internação na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) neonatal e a hiperbilirrubinemia foram positivamente associadas ao grupo I em relação ao grupo II (Teste Qui-quadrado com análise residual ajustada, p≤0,0001 e p = 0,049, respectivamente). Nas análises de Spearman observamos que a cesariana realizada ≥39+0 semanas gestacionais (grupo II) foi negativamente relacionada à admissão na UTI Neonatal (rS=-0,091, p≤0,001), à hipoglicemia com necessidade de intervenção terapêutica (rS=-0,047, p=0,039) e eventos de hiperbilirrubinemia (rS=-0,051, p=0,023). Conclusão: A cesariana eletiva realizada antes de 39 semanas completas aumenta o risco de desfechos neonatais adversos.