Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Tolfo, Sarah Silva |
Orientador(a): |
Vargas, Anderson Zalewski |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/211490
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Resumo: |
Este trabalho pretende discutir e analisar os estereótipos relacionados a mulheres praticantes de magia e sua relação com o gênero, envolvendo a imagem criada pela representação literária, as fontes epigráficas como inscrições funerárias e defixiones. As mulheres foram mais representadas como praticantes de magia na literatura porque, como o Outro universal, carregava uma “aura” carregada de misticismo e transgressão, além do conhecimento de ervas para curas, métodos abortivos e contraceptivos, relacionadas comumente com a magia. Com a Era de Augusto essa representação se intensificou uma vez que o papel feminino passou a ser modificado na estrutura social e no imaginário. A literatura fez emergir essas mulheres “perigosas” que eram o oposto do que uma mulher, uma boa matrona, deveria ser para que a sociedade e o império funcionassem. Ao exame mais detalhado de pesquisas recentes como a de Lindsay Watson (2019), é possível determinar que homens e mulheres tinham o mesmo envolvimento com magia, praticando nas mesmas quantidades e no mesmo tipo de feitiço; não se sustenta a posição de que homens praticavam mais e com feitiços mais violentos. As inscrições epigráficas analisadas permitem observar uma grande diversidade não só nos praticantes, mas também nas vítimas. As últimas possuem em comum o fato de serem “boas” pra sociedade (uma mulher respeitável, uma matrona romana, esposa de um proeminente membro da legião.; crianças, cujo o valor estava muito alto nesse período de valorização à maternidade e novos descendentes (apesar de que uma das crianças era escrava). Os suspeitos são, como eu defendo, uma mulher nobre da família imperial, uma mulher liberta e um homem liberto, demonstrando também grande variedade, tanto de gênero quanto de classe, “confirmando” que, ao contrário do estereótipo criado e propagado pela literatura, as práticas de magia estavam presentes em diversas classes sociais e não pertenciam unicamente ao gênero feminino. É preciso lembrar que a amostragem pequena analisada aqui não pode ser tida como prova definitiva, apenas como objeto de reflexão e debate. Os objetivos das práticas mágicas utilizadas nas fontes analisadas, assim como os meios, também se demonstraram variados: dois ligados à poção/veneno, um encantamento por defixio, um sacrifício humano e um não especificado, sendo motivados por busca de amor e vingança. |