Influência do enriquecimento ambiental na hiperalgesia induzida pela exposição neonatal à morfina em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Nascimento, Matheus Gabriel de Freitas
Orientador(a): Torres, Iraci Lucena da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/271558
Resumo: O uso de analgésicos para sedação e analgesia em UTIs pediátricas é uma prática frequente, e a morfina é um dos fármacos mais utilizados. Com isso, a utilização precoce de opioides e a exposição a estímulos estressantes na infância estão relacionados a alterações no desenvolvimento neural. Contudo, podem aumentar a vulnerabilidade a psicopatologias na vida adulta e deste modo, desencadear prejuízos cognitivos, emocionais e sociais, além das alterações neuroquímicas. Neste contexto, estímulos externos positivos como enriquecimento ambiental (EA) podem ser uma estratégia de tratamento e seu potencial neuro protetor tem sido sugerido. Este trabalho teve como objetivo avaliar, em médio (P30) e longo prazo (P60), os efeitos do EA precoce em possíveis alterações neuro motores, nociceptivas, cognitivas, comportamentais e neuroquímicas induzidas pela administração repetida de morfina em ratos no período neonatal. Os reflexos neuromotores foram avaliados por meio dos testes de geotaxia negativa e reflexo do endireitamento. A resposta nociceptiva foi avaliada por meio dos testes da placa quente e do Tail-flick, e a memória de longo prazo pelo teste de reconhecimento de objetos. A atividade exploratória e locomotora e o comportamento do tipo ansioso foram avaliados, respectivamente, por meio dos testes de campo aberto e labirinto em cruz elevado (LCE). Adicionalmente, foram analisados níveis de BDNF e TNF-α, em hipocampo, hipotálamo, tronco encefálico e medula espinhal. Os dados foram expressos como média ± erro padrão da média (EPM). O programa SPSS 29.0 foi utilizado para todas as análises estatísticas. Esse projeto foi avaliado e aprovado pela CEUA-HCPA (#2022-0185). Os resultados demonstraram que filhotes expostos a administração precoce de morfina e a um ambiente enriquecido não apresentam alterações significativas no seu desenvolvimento neuro motor. Animais de 30 dias apresentaram: 1. Hiperalgesia induzida pela morfina (Tail-flick) e pelo EA (placa quente); 2. maior índice de reconhecimento; comportamento do tipo ansioso que foi revertido pelo EA. Animais de 60 dias apresentaram: 1. Analgesia induzida pelo EA; 2. comportamento do tipo ansioso induzido pela morfina que foi revertido pelo EA. Todos os parâmetros neuroquímicos foram modulados pela idade e os níveis de BDNF em hipocampo e tronco encefálico foram aumentados pelo EA. É importante salientar a necessidade do desenvolvimento de estudos pré-clínicos que contribuam para uma melhor compreensão dos efeitos do tratamento com morfina no período neonatal ao longo da vida possibilitando, desta forma, a busca de terapias que possam prevenir ou reverter estes efeitos, como o EA.