Ensaios sobre a economia da saúde mental em adolescentes no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Menegotto, Giovana
Orientador(a): Balbinotto Neto, Giacomo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/270477
Resumo: O objetivo desta Tese é avaliar e analisar do ponto de vista econômico – tanto teórica quanto empiricamente – a importância do ambiente escolar como potencializador da trajetória de capital humano relacionado à saúde mental de adolescentes brasileiros. Os três ensaios que compõem esta Tese têm na Economia da Saúde, com enfoque na saúde mental de adolescentes, seu ponto de convergência, de forma que, enquanto a abordagem no Ensaio 1 é teórica, o Ensaio 2 o Ensaio 3 são estudos empíricos. O Ensaio 1 consiste na apresentação e discussão de um modelo de capital humano com ênfase em saúde mental, denominado Modelo Capital Saúde Mental, tendo como base os modelos de capital saúde ao longo do ciclo de vida e considerando, para a formulação da dinâmica do capital saúde mental, os resultados de revisão narrativa dos fatores determinantes para o desenvolvimento e surgimento de condições de saúde mental internalizantes. O Ensaio 2 tem como objetivo avaliar a variação de saúde mental de adolescentes entre escolas brasileiras e a presença de fatores escolares de risco e protetores para a saúde mental dessa população. Empregando-se um modelo logístico multinível na amostra da PeNSE 2019, identificou-se que 3,9% da variação da saúde mental dos adolescentes está no nível escolar. Em termos de fatores associados a um estado emocional de risco para saúde mental, além da confirmação das variáveis familiares e de trauma contempladas no Modelo Capital Saúde Mental, a vitimização por pares no ambiente escolar está associada a aumento considerável na chance de ter estado emocional de risco para saúde mental; a desigualdade na escola também foi identificada com aumento de chance, mas em magnitude pequena. Como fator protetor, a presença do Programa Saúde na Escola (PSE) reduziu a chance de estado de risco para saúde mental. O Ensaio 3 avaliou o impacto do PSE sobre a saúde mental de adolescentes escolares brasileiros, estimando o efeito médio sobre os tratados a partir da amostra de escolas derivada da PeNSE 2019, realizando-se pareamento por genetic matching para construção do grupo contrafactual sintético. Os resultados indicaram que escolas com PSE tem uma proporção menor, em 1,6%, de alunos com estado emocional de risco para saúde mental. Mesmo com magnitude limitada e elevada sensibilidade a fatores não observáveis, os resultados não podem ser ignorados, pois indicam que, mesmo sem direcionamento específico e com heterogeneidade na implementação e limitações importantes de incentivos em seu desenho, o programa pode ter efeito positivo sobre condições de saúde mental em adolescentes.