Desenvolvimento infantil no ambiente prisional : análise dos fatores de risco e das aquisições motoras e comportamentais de bebês

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Pereira, Keila Ruttnig Guidony
Orientador(a): Valentini, Nadia Cristina
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/187388
Resumo: Introdução: O número de mulheres presas vem aumentando consideravelmente nos últimos anos. Como a maior parte delas se encontra em idade de possível gravidez e a lei brasileira garante o direito de permanência com o filho recém-nascido durante o período de reclusão, infere-se que o número de crianças inseridas no contexto prisional também esteja aumentando. Objetivo: Fazer a descrição e o diagnóstico do desenvolvimento motor, manipulativo, sócio-cognitivo e da linguagem de bebês inseridos nos presídios brasileiros, bem como das condições e oportunidades para o desenvolvimento oferecidas neste ambiente, investigando a associação entre esses fatores e o processo desenvolvimental. Metodologia: Estudo observacional, descritivo, comparativo e associativo, no qual foram avaliados 270 bebês, com idade entre 0 e 17 meses, provenientes de 27 presídios localizadas em 22 cidades de 21 estados brasileiros. Para a avaliação do desenvolvimento infantil foi utilizada a Alberta Infant Motor Scale (AIMS), Escala de Desenvolvimento do Comportamento da Criança no Primeiro Ano de Vida (EDCC). Para caracterização da amostra, das práticas maternas e do ambiente prisional foi utilizado um questionário pré-estruturado, o Affordances in the Home Environment for Motor Development – Infant Scale (AHEMD-IS), o Daily Activities of Infant Scale (DAIS), o Knowledge of Infant Development Inventory (KIDI), além de consulta no prontuário médico e carteira de vacina. Resultados: As trajetórias de desenvolvimento das crianças inseridas no ambiente prisional se diferenciaram das normativas brasileira e canadense, sendo que a motricidade ampla foi o domínio com maior resistência à influência deste contexto. As crianças que residem em instituições prisionais com oportunidades de estímulo ao seu desenvolvimento (brinquedos e/ou programas interventivos) apresentam melhores escores de desempenho. Os fatores que mais se associaram ao desenvolvimento infantil das crianças inseridas em presídios brasileiros foram relacionados com práticas maternas, acesso a brinquedos e participação em programa interventivo. Conclusão: Apesar do ambiente prisional oferecer uma combinação de fatores de risco ao desenvolvimento infantil, a permanência com a mãe se mostra um fator de proteção às aquisições das crianças inseridas neste contexto. No entanto, mínimas condições para um desenvolvimento saudável devem ser garantidas pelo Estado brasileiro por meio de políticas públicas voltadas para esta população, focando em aspectos como a estrutura e os materiais disponíveis no presídio, o acesso a brinquedos e a programas interventivos.