Aspectos moleculares relacionados ao diagnóstico e progressão da Doença de Fabry

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Pasqualim, Gabriela
Orientador(a): Matte, Ursula da Silveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/217133
Resumo: A Doença de Fabry (DF) é uma doença rara com herança ligada ao X causada pela deficiência de atividade da hidrolase lisossomal α-galactosidase A (α-GAL), codificada pelo gene GLA. Este defeito enzimático leva ao acúmulo de glicoesfingolipídios, principalmente globotriaosilceramida (Gb3) pelo corpo. Pacientes com a forma clássica apresentam baixa atividade residual da enzima com início dos sintomas na infância e desenvolvimento de sintomas cardíacos, cerebrovasculares e/ou renais. Pacientes com apresentações não clássicas tem atividade enzimática residual maior, início tardio dos sintomas e podem ser mono ou oligo-sintomáticos. Características marcantes da DF são alta variabilidade alélica e fenotípica. Dessa forma, o objetivo desta tese foi investigar aspectos moleculares relacionados ao diagnóstico e progressão da Doença de Fabry na população brasileira. Para triagem bioquímica de pacientes do sexo feminino em populações de risco, foi proposta uma metodologia de uso combinado de atividade de α-GAL em leucócitos e plasma. Com o uso de valores de referência gênero-específicos, esta metodologia amplamente acessível pode reduzir o número de amostras que necessitam de triagem genética em 35%. Com relação à triagem molecular, foi descrito um protocolo com a técnica de HRM (high resolution melting) para amostras de sangue coletadas em EDTA. Todas as variantes analisadas neste estudo resultaram em perfis distintos dos controles normais. Além disso, com exceção das variantes localizadas no éxon 7, também foi possível a identificação de todos os genótipos diferentes analisados. A análise molecular do gene GLA por sequenciamento de Sanger foi realizada em 408 pacientes brasileiros, provenientes de 213 famílias, com histórico familiar ou suspeita clínica de DF. Conforme o esperado para uma doença com mutações privadas, a maioria destas variantes foi encontrada em famílias únicas. Das 26 variantes identificadas em regiões codificantes, cerca de 80% eram do tipo missense, o que está de acordo com a literatura. Em seguida, a existência de genes modificadores do fenótipo cardíaco foi avaliada por análise de exoma de pacientes com ou sem doença cardíaca. A frequência da variante rs3188055 gene inositol polifosfato 5- fosfatase (INPP5F) foi significativamente maior no grupo com doença cardíaca. Portanto; INPP5F, envolvido na maturação e reciclagem dos endossomos e regulação negativa da 11 hipertrofia cardíaca, é um possível modulador da doença cardíaca em DF. Finalmente, a variabilidade fenotípica vista em mulheres com DF foi analisada com o uso de transcriptomas de células sanguíneas. Foram obtidos perfis de expressão distintivos para pacientes com diferentes manifestações: exclusivamente cardíacas, exclusivamente renais ou ambas. Os genes com expressão diferencial validados (DEFA1, A1B, A3; CEACAM8, PRKXP1, IFI44, IFI44L, IFIT1, HERC5, EIF2AK2 e RSAD2), representam possíveis vias especificas das manifestações analisadas, envolvidas com a variabilidade vista em DF, que podem auxiliar no manejo clínico dos pacientes.