Ensaios sobre política monetária no Brasil : preferências do Banco Central e taxa natural de juros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Palma, Andreza Aparecida
Orientador(a): Portugal, Marcelo Savino
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/54601
Resumo: A presente tese é constituída por três ensaios relacionados à política monetária brasileira no período pós metas de inflação. Em todos os ensaios buscou-se ressaltar a importância do papel das expectativas, considerando-se em todos os modelos utilizados expectativas forwardlooking. No primeiro e terceiro ensaios, buscamos contribuir com a recente literatura a respeito da estimação das preferências do Banco Central do Brasil e no segundo ensaio estimamos a taxa natural de juros brasileira. No primeiro artigo, utilizamos um modelo novo-keynesiano padrão com expectativas forward-looking, conforme proposto por Givens (2010), para a estimação das preferências do Banco Central do Brasil. A consideração de expectativas racionais no modelo separa as políticas em dois casos possíveis, regras e discrição e, portanto, permite avaliar com qual desses dois casos os dados são mais consistentes. Usando observações trimestrais, para o período de 2000-1 a 2010-4, os resultados obtidos permitem afirmar que, para o período considerado, os dados favorecem uma política discricionária. As estimativas da função perda revelam que a autoridade monetária dá um grande peso para a estabilização da inflação, seguida pela suavização da taxa de juros e pela estabilização do hiato do produto. No segundo artigo, estimamos a taxa natural de juros para o Brasil usando um modelo DSGE (modelo dinâmico e estocástico de equilíbrio geral). Para a estimação do modelo, são utilizados métodos bayesianos, sem a necessidade de extração da tendência a priori, diferente do que ocorre na maioria dos trabalhos anteriores e na totalidade dos estudos empíricos para o Brasil. Adicionalmente, são fornecidas estimativas para o hiato do produto e para a meta de inflação implícita de longo prazo. Os resultados obtidos apontam para uma taxa natural de juros real com tendência declinante no período, com uma taxa média de 8.03% a.a. considerando a amostra toda. Além disso, através da análise do hiato da taxa de juros, é possível afirmar que o Banco Central adotou uma política conservadora até meados de 2007 e, desde então, vem adotando uma política expansionista, fato consistente com o recente comportamento da inflação brasileira e seu descolamento em relação ao centro da meta. Já o terceiro artigo, aperfeiçoa o entendimento das preferências do Banco Central no Brasil bem como o primeiro ensaio desta tese, utilizando um modelo DSGE para uma pequena economia aberta para estimá-las. O modelo usado neste trabalho, considera que o Banco Central minimiza uma função perda, levando em consideração o desvio da inflação em relação a meta, a estabilização do produto, a suavização da taxa de juros e, distintamente dos trabalhos anteriores, a taxa de câmbio. Os resultados permitem afirmar que a maior preocupação da autoridade monetária no período foi com a estabilização da inflação, seguida pela suavização da taxa de juros, estabilização do produto e, por último, a estabilização da taxa de câmbio.