Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Pavani, Fabiane Machado |
Orientador(a): |
Olschowsky, Agnes |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/257682
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Resumo: |
Introdução: A perspectiva da atenção psicossocial infantojuvenil é uma construção desafiadora, em que o cuidar do sofrer e das subjetividades dos adolescentes convoca as equipes a construí-lo com os próprios assistidos. Exige considerar os adolescentes como cidadãos, sujeitos de direito e trabalhar com a concepção de que eles falam, opinam, contribuem com as decisões, além de entender, interpretar e desenvolver habilidades e competências com vistas à coprodução e ao exercício da autonomia no cuidado em saúde mental. Objetivo: analisar a coprodução de autonomia e suas implicações no cuidado em saúde mental dos adolescentes. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa que se fundamenta no paradigma construtivista, com abordagem qualitativa e participativa, mediante o percurso teórico-metodológico do Photovoice, adaptado a esta pesquisa. A produção do material empírico ocorreu entre os meses de julho a setembro de 2022, em um Centro de Atenção Psicossocial infantojuvenil (CAPSi) de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, e contou com a participação de quatro adolescentes que estavam em acompanhamento por este serviço e frequentavam a oficina Photovice. Não participaram aqueles que tiveram alguma dificuldade de verbalizar. Foram utilizadas as técnicas de coleta de dados: notas de campo e a realização e gravação de 14 Círculos de Cultura. Compuseram as notas de campo as anotações do trabalho de campo e artefatos produzidos no seu decorrer, como escritas dos adolescentes e imagens do percurso. Os Círculos de Cultura compreenderam rodas de conversa com os adolescentes, semanalmente, em que suas imagens (fotos) eram selecionadas e compartilhadas, a fim de que seu autor apresentasse suas percepções e os motivos para captura, relacionando-as com a coprodução de autonomia. Foram produzidas 221 fotografias ao todo. Os dados foram analisados simultaneamente à coleta, por meio do Método Comparativo Constante, resultando em três categorias: as adolescências e suas trajetórias; o cotidiano das relações dos adolescentes e a coprodução de autonomia; o Photovoice e a coprodução de autonomia dos adolescentes nas práticas de cuidado em saúde mental. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição proponente (CAEE: 59064222.6.0000.5347) e coparticipante (CAEE:59064222.6.3001.5530), os adolescentes participantes assinaram o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido, assim como seus pais e/ou responsáveis o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Resultados: A coleção de fotografias e as narrativas representaram uma composição de criações, experiências, encontros, reflexões e movimentos sobre o que eles têm a dizer acerca da coprodução de autonomia em suas vidas e seu cuidado em saúde mental. As adolescências e suas trajetórias evidenciaram o movimento de estar atento às características do outro, conhecer as necessidades dos jovens, seus valores e seu mundo, opondo-se às abordagens tradicionais que desconsideram seus contextos histórico, sociais e culturais. Os adolescentes relacionaram a coprodução de autonomia com o que é vivido, enfatizando àquilo que fazem, como usam o tempo, aonde vão, quais são seus desejos, como o contexto social facilita ou dificulta, trazendo suas relações com a família e com seu território. Nas relações familiares, destacaram a presença ou ausências de pessoas de referência, os movimentos de afirmação como sujeitos de direitos, de “querere não poder”,de reconhecer seu mundo subjetivo e seus espaçosde subjetivação, alémdo cotidiano de fazer sozinho edos conflitos. Por sua vez, o territóriofoi o palco social para 10 acoprodução e exercício daautonomia, em que escutar suas histórias e como percebem os espaços da suacomunidade, a escola,as amizades e seus projetos de vida favorecem à reflexão sobre a realidade de habitar o lugar, as relações e as possibilidades, de ser ou não ser, como coproducão e exercício de autonomia. Por fim, discute-se o Photovoice enquanto percurso da pesquisa com adolescentes e não sobre eles, sendo também um método de cuidado, uma ferramenta que apoia processos criativos e a autonomia dos adolescentes no cuidado em saúde mental. Considerações finais: os resultados desta pesquisa possibilitam sustentar a tese de que a coprodução de autonomia dos adolescentes no cuidado em saúde mental imprime o caminho de superação das práticas tutelares, além de confrontar a descontinuidade do cuidado e auxiliar no enfrentamento do estigma em saúde mental. |