Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Azambuja, Renato Sampaio de |
Orientador(a): |
Souza, Nádia Geisa Silveira de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/193078
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Resumo: |
Esta dissertação consiste em um estudo do fazer da medicina, elaborado a partir de estudos foucaultianos. Trata-se de uma pesquisa de cunho teórico, composta por uma revisão histórica sobre a biomedicina e seu papel nas relações de poder/saber, enquanto produção de verdades médicas na atualidade, e por uma análise da obra de Samuel Hahnemann, fundador da Homeopatia, visando a construção de um cuidado em saúde que leve em conta o modo existencial do paciente. Tem como principal objetivo trazer questionamentos às técnicas exercidas a partir da visão de corpo objeto, não existencial, predominantes nas práticas biomédicas ao estabelecerem a ciência como verdade única. Com o estudo busco gerar uma crítica ao tipo de objetividade presente nas práticas científicas contemporâneas e às verdades da medicina em particular. As verdades da biomedicina produzem um olhar para o corpo como máquina biológica anatomizada e molecularizada, um espaço objetivado, produzindo um conjunto de saberes que não consideram o sujeito como co-constitutivo da “realidade” observada. A produção científica é aqui entendida como uma rede de relações discursivas historicamente construída com papel ativo nas tramas das relações de poder/saber e na constituição de sujeitos. Na medida em que os saberes da biomedicina retiram os sujeitos de seus contextos existenciais, conformando seus corpos e suas subjetividades, submete-os às verdades médicas do especialista, produzindo efeitos de sujeição e uma fragmentação da compreensão de si. Com a intenção de trazer elementos para se repensar tal prática médica, este estudo oferece discussões sobre uma outra visão de corpo, baseada em intensidades, fluxos dinâmicos e auto-organização e relacionada a uma proposta de prática médica vitalista, que considere o modo existencial do sujeito como fundamental para uma prática de cuidado de si. Para tanto, foi realizado um estudo da obra de Samuel Hahnemann, o Organon da arte de curar, traçando algumas conexões com as concepções aristotélicas de vitalismo, do uso de si e da parresia, buscando pensar um outro modo de visualizar a enfermidade e seu tratamento. Para finalizar, apresenta-se uma interpretação da prática homeopática baseada no linguajar. Trata-se de uma prática médica alicerçada, tanto experimentalmente como terapeuticamente, na atividade linguajante do sujeito, no estímulo de falar a verdade sobre si enquanto caracterização de seu adoecer, trazendo para si a responsabilidade do cuidado em saúde e, assim, subjetivando-se e responsabilizando-se na construção do curso de sua vida e do cuidado de si. |