Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Goulart, Marcos Vinicius da Silva |
Orientador(a): |
Traversini, Clarice Salete |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/181827
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Resumo: |
Nesta tese, é analisada a produção da juventude como um objeto de saber pedagógico a partir dos discursos sobre o ensino médio no Brasil. A metodologia se baseou na análise dos discursos de inspiração foucaultiana e, em especial, a história do pensamento de Foucault: uma perspectiva focada na produção de jogos de verdade, de problematizações. Em função disso, pela análise desenvolvida nesta tese, o tema da juventude é abordado como uma problematização, isto é, como uma produção que se constitui a partir de um conjunto de transformações que se dariam no campo dos saberes e das práticas sociais e institucionais. Também se buscou elaborar uma estratégia de análise de documentos que permitisse pensá-los como parte de uma rede em que os pontos se conectam em função de um conjunto de enunciados que compõem os discursos. A conceitualização dessa rede, chamada aqui de “rede documental”, inspirou-se na noção de rizoma de Deleuze e Guattari. A partir das análises constatou-se, em primeiro lugar, que a emergência de uma sociologia da juventude nas décadas de 1960 e 1970, mais especificamente com os trabalhos de Foracchi, criou condições para que a juventude fosse pensada como uma categoria social. Por outro lado, com as discussões em torno da Lei de Diretrizes e Bases de 1971, percebeu-se um deslocamento da problematização da juventude pelo qual, afastando-se das tensões entre uma sociologia da juventude e uma psicologia da adolescência, passou-se a desenvolver um discurso em prol de um projeto nacional em que a própria noção de jovem foi subsumida em uma ideia de “homem brasileiro”. Mais adiante, com o inchaço dos centros urbanos, ganhou força um discurso da marginalização e, em uma perspectiva de gestão dos riscos, a problematização da juventude se desenvolveu no campo de uma doutrina da proteção integral dos jovens. Como consequência, o ensino médio se tornou gradativamente um direito fundamental dos jovens brasileiros. Por fim, a atuação política da juventude apareceu como um objeto de disputa de concepções que apontavam para a formação de capital humano e/ou para o potencial transformador dessa mesma juventude. Emergem, então, as políticas públicas de juventude no Brasil; nelas, os jovens são pensados como agentes políticos principais, condição para a instituição de um discurso acerca do ensino médio como uma escola para e com os jovens na qual o saber sobre a juventude é fundamental e se elabora em uma perspectiva de educação humana integral. Tal concepção de educação se manifesta nas discussões do Pacto Nacional Pelo Fortalecimento do Ensino Médio e do Programa Ensino Médio Inovador, tentativas de estabelecer políticas educacionais específicas para essa etapa da educação básica. Em síntese, tendo em vista o referido deslocamento da problematização da juventude, defende-se nesta pesquisa de doutorado que essas políticas educacionais tiveram um papel crucial na constituição dessa escola sintonizada com as experiências juvenis, marcadas por uma problematização da juventude que opera no campo institucional político, fundamentando-se, além disso, nos saberes acadêmicos. O aluno como um sujeito jovem, com experiências específicas para as quais se deveria pensar práticas pedagógicas singulares, torna-se a tônica dos ditos acerca do ensino médio no Brasil. |